PF prende amigos de Temer em ação que mira esquema no setor de portos

© Ueslei Marcelino / Reuters
O empresário e advogado José Yunes, o coronel João Batista Lima Filho e o ex-ministro Wagner Rossi foram detidos nesta quinta-feira (29)
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (29), às 6h, o empresário e advogado José Yunes, 80, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer (MDB) na operação Skala.

Também foram presos o coronel João Batista Lima Filho, o ex-ministro Wagner Rossi (MDB), aliados de Temer, e o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.

As detenções foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.

A decisão poderá ser revista pelo STF ao longo do dia após o cumprimento de todos os mandados.

A defesa de Yunes e Grecco disseram que a prisão é temporária, de cinco dias.

Rossi foi preso às 6h em sua casa, em Ribeirão Preto, e levado à PF na cidade para prestar depoimento. Depois, será encaminhado à superintendência da PF em São Paulo.

Rossi, que foi ministro da Agricultura nos governos Lula e Dilma, é pai do deputado Baleia Rossi, líder do MDB na Câmara.

O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Yunes, disse ser "inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar".

"Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania."

Grecco foi preso em sua casa, em Monte Alegre do Sul (SP) e foi levado à Polícia Federal em São Paulo.

Também estão sendo feitas ações de busca e apreensão na sede da Rodrimar e na casa do Grecco, em Santos.

A PF disse, em nota, que "por determinação do STF, não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data".

INVESTIGAÇÃO

Yunes é citado em inquérito sobre o decreto dos portos que investiga Temer, o ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e um sócio e um diretor da empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos (SP).

Também é mencionado o coronel João Baptista Lima Filho, aposentado da Polícia Militar de São Paulo e próximo do presidente desde os anos 1980.

A investigação apura se Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Editado em maio do ano passado, o decreto suspeito ampliou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamento de empresas que atuam em portos e permitiu que eles possam ser prorrogados até o limite de 70 anos. Com informações da Folhapress.



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