O MITO LULA. O ENÍGMA DILMA
Muito distante do clima emocional da primeira posse de Lula, a entronização de Dilma Rousseff no poder da República também foi um ato grandioso permeado de emoções, principalmente envolvendo a nova presidente. O Brasil está a assistir a uma mudança monumental de estilos e convém ficar atento a esta questão: a ascensão de Dilma e a belíssima despedida de Lula, no seu jeito de ser, ao quebrar o protocolo e ir chorar com a multidão em frente ao Palácio do Planalto demonstra, inequivocamente, que saiu o mito e entrou o enigma. A não ser que retorne, demorará muito, ou talvez um momento semelhante nunca se repita nesta República: o Brasil ser governado por um presidente que cultivou a popularidade e o misticismo como essência do poder. Um andarilho fascinado pelo palanque, enfim, uma alma do povo. Dilma é o inverso. É a razão, o resultado, a conseqüência, a gerência, a cobrança. Os dois discursos que pronunciou, na Câmara dos Deputados e no parlatório do Palácio do Planalto, no meu entendim