Presidente da estatal defendeu a política de preços da companhia, alegando que a variação de acordo com as cotações internacionais é praticada "em todo o mundo"
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, voltou a afirmar nesta quarta-feira (28) que a empresa não tem responsabilidade pelos altos preços dos combustíveis no país. Segundo ele, o valor cobrado pela estatal é "justo".
"Para a questão do preço caro do combustível, a resposta não está na Petrobras", disse o executivo, em entrevista após evento na FGV. A Petrobras alterou recentemente sua estratégia de divulgação dos preços, para reforçar que sua parcela representa cerca de um terço do valor final.
Ele defendeu a política de preços da companhia, alegando que a variação de acordo com as cotações internacionais é praticada "em todo o mundo". "Se é o preço internacional, é o preço justo", afirmou.
Em 2017, os preços tiveram alta expressiva no país, impulsionadas pelo aumento das alíquotas de PIS/Cofins implementado pelo governo em julho.
Em fevereiro, o governo iniciou uma ofensiva contra o que chamou de cartéis do setor, que estariam segurando a queda nos preços nas primeiras semanas de 2018.
A estratégia sofreu forte reação de distribuidores e revendedores, que culpam os impostos pelos altos preços.
VENDA DE ATIVOS
Parente disse que a empresa deve anunciar "em breve" um modelo de venda de participações em suas refinarias. Ele admitiu, porém, que a companhia pode não conseguir concluir as operações ainda em 2018.
A atração de parceiros para a área de refino é parte do plano de venda de ativos da companhia, com o qual a Petrobras pretende reduzir seu elevado investimento. Parente disse, porém, que a definição de um modelo tem se mostrado complexa.
"Se nós vamos conseguir implementar um modelo este ano, é outra discussão. Mas, que nós vamos divulgar um modelo, com certeza", afirmou o presidente da Petrobras.
A empresa tem como meta vender US$ 21 bilhões no biênio 2017-2018. Até agora, já concluiu processos no valor de US$ 4,5 bilhões, referentes à venda de ações da BR Distribuidora, do campo de gás Azulão e de uma fatia do campo de petróleo Roncador.
Nesta tarde, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) avalia a operação de venda da Liquigas para o grupo Ultra, ainda da primeira fase do plano de venda de ativos, referente ao biênio 2015-2016.
Apesar da forte pressão das partes interessadas, a expectativa é que o negócio, de R$ 2,8 bilhões, seja reprovado. Questionado sobre o tema, Parente disse que prefere aguardar a decisão antes de se manifestar. Com informações da Folhapress.
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