Futuro de Lúcio na Câmara é próxima questão nacional a influenciar nas eleições da Bahia por Fernando Duarte
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias |
Os olhos da política na Bahia se voltam agora para outra decisão no âmbito federal que terá reflexos na cena local. E, dessa vez, não se trata do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As atenções migram – ou deveriam migrar – para o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, onde deve ser apreciado nesta terça-feira (27) o pedido de abertura do processo de cassação do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Inserido na cena dantesca das malas com R$ 51 milhões, o peemedebista tenta sobreviver ao tsunami que levou o irmão dele, Geddel Vieira Lima, ao presídio da Papuda.
Para efeitos públicos, Lúcio não mudou. Continua com a língua afiada e voltou a ser ativo nas redes sociais. Os aliados, no entanto, já não estão mais tão próximos como quando os irmãos Vieira Lima controlavam o PMDB na Bahia. Sabe-se que há um risco iminente de debandada de lideranças do partido, e dentro e fora do núcleo peemedebista na Bahia existem grupos que torcem para que ele seja cassado pela Câmara dos Deputados. Para Lúcio, seria um problema de ordem jurídica, já que perderia o foro privilegiado, e eleitoral, pois estaria sem direitos políticos por oito anos caso se confirme o afastamento das atividades parlamentares.
Para os antigos aliados – na ausência de uma nomenclatura melhor -, seria um alívio, já que o bônus de ter o PMDB ao lado é menor do que o ônus da imagem do bunker milionário associado aos irmãos. Na lista daqueles que aguardam o desfecho da cassação para definir rumos políticos não estão apenas os deputados estaduais que já manifestaram interesse em abandonar o barco.
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é uma das figuras de fora da legenda que aguarda o futuro de Lúcio para escolher qual tratamento adotar com o PMDB: se o mantém como aliado para as eleições de outubro ou se isola a sigla para evitar que os respingos das milhares de cédulas recaiam sobre a campanha eleitoral do grupo político liderado por ele. O futuro de Lúcio é mais uma peça no quebra-cabeça que se tornou a eleição de 2018.
Fonte: Bahia noticias
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