Maia traça agenda com aliados para viabilizar candidatura ao Planalto
© Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Desde outubro, quando da votação da segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou a se aproximar de bancadas do centro. As relações com o PP e com o Solidariedade, especialmente, ficaram mais firmes.
Já naquela época, a intenção era clara: abrir caminhos para uma possível candidatura à Presidência da República. Na ocasião, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), chegou a ir à residência oficial de Maia, e ofereceu apoio de seu partido a qualquer projeto político que ele tivesse para as eleições de 2018.
Agora, o presidente da Câmara começou a planejar viagens pelo Brasil, com o propósito de se tornar mais conhecido. Além disso, de acordo com informações da Folha de S. Paulo, Maia decidiu procurar empresários e outros partidos para dar sustentação à candidatura.
Outro entusiasta do nome de Rodrigo Maia ao Planalto é o deputado Paulinho da Força (SD-SP), com quem o democrata se reuniu, na última sexta-feira (5), em São Paulo.
"Há um espaço no eleitorado de centro, principalmente diante das dúvidas em torno do ex-presidente Lula. Como Maia tem boa relação com diversos partidos, esse espaço pode ser viabilizado com ele", afirmou Paulinho.
No entanto, para que a estratégia se firme, é necessário ainda encurralar uma possível candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que desde o ano passado tenta se consolidar como o candidato da coalizão governista.
Ainda conforme a Folha, Maia tem sido cauteloso em relação aos movimentos mais assertivos sobre sua candidatura, ainda mais enquanto a votação da reforma da Previdência não acontece. O objetivo, de acordo com fontes próximas do deputado, é evitar cometer o mesmo erro de Meirelles: falar como candidato em meio às negociações da proposta.
Maia deve aproveitar a convenção do seu partido, o DEM, no dia 6 de fevereiro, para se testar. Na oportunidade, tudo indica que adotará um discurso próprio, que defenda as reformas, legado do governo de Michel Temer, porém sem se comprometer tanto com a pauta exclusivamente econômica do presidente.
O motivo é simples: manter independência em relação a um governo que tem baixíssimos índices de aprovação, e poder criticá-lo. Até agora, os números também não favorecem Maia, que foi lembrado por apenas 1% dos eleitores, na última pesquisa de intenção de voto realizada pelo Datafolha.
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