IBGE divulga hoje a inflação em 2017, que deve ter nível inédito
IPCA: indicador pode ficar abaixo do piso da meta oficial pela primeira vez desde a criação do regime de metas, em 1999 |
Uma situação inédita no Brasil deve ser confirmada nesta quarta-feira, quando for revelada a inflação do país em 2017.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deve fechar o ano em 2,79%, segundo expectativas colhidas pelo Boletim Focus, do Banco Central.
Com isso, o indicador ficaria abaixo do piso da meta oficial pela primeira vez desde a criação do regime de metas, em 1999. A meta é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto para baixo e para cima.
O Banco Central, portanto, teria que se explicar sobre porque deixou o IPCA fechar o ano abaixo dos 3%. Desde que o regime de metas entrou em vigor, em 1999, a instituição teve que se explicar quatro vezes, mas todas por deixar a inflação passar do teto.
A inflação nesse patamar deve permitir que o Comitê de Política Monetária reduza em 0,25 ponto percentual a taxa de juros na reunião de fevereiro, intenção já declarada pelo Banco Central, passando os juros para 6,75%. O patamar deve se manter ao longo do ano, enquanto economistas estimam a inflação de 2018 em 3,95%.
Ninguém sabe dizer se a inflação ao redor dos 3,9% e os juros a 6,75% são números transitórios ou permanentes. Isso dependerá das eleições e do compromisso do próximo governo com as necessárias reformas econômicas.
Por enquanto, o otimismo prevalece. O Banco Mundial anunciou ontem que prevê crescimento de 2% na economia brasileira em 2018; o Boletim Focus prevê alta de 2,69%.
Mais crescimento, como se sabe, ajuda a puxar a inflação para cima. Se isso de fato acontecer, o inédito cenário de IPCA abaixo do piso pode até ser um incômodo para o Banco Central, mas deve entrar para a história como uma exceção de 2017.
(Fonte: EXAME news)
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