Conselho da Caixa destitui em definitivo três vice-presidentes suspeitos de corrupção

Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

A Caixa Econômica Federal recuou e decidiu devolver o cargo de vice-presidente de Clientes, Negócios e Transformação Digital a José Henrique Marques da Cruz, que tinha sido afastado na semana passada sob suspeita de cometer irregularidades. 

A decisão foi tomada nesta terça-feira (23) em reunião do conselho de administração do banco. Segundo comunicado divulgado pela Caixa após a reunião, investigações interna e independente não constataram elementos suficientes para responsabilizá-lo nas investigações. 

Já os outros três ex-vices foram definitivamente destituídos do cargo: Antônio Carlos Ferreira (Coporativo), Roberto Derziê de Sant'Anna (Governo) e da Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias). 

A Caixa confirmou informação antecipada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, de que dará início ao processo de seleção de todos os cargos dos 12 vices presidentes por uma empresa especializada. 

O processo de seleção vai ocorrer nos próximos 12 meses. A primeira etapa do processo vai ser para a seleção dos cargos dos três vices que foram demitidos. Também será contratada uma empresa especializada para "rever a estrutura organizacional" do banco. 

O conselho de administração da Caixa também decidiu aprovar medidas para reforçar o capital do banco com o intuito assegurar o cumprimento de regras prudenciais de capital conhecidas como Acordo de Basileia 3 nos anos de 2018 e 2019. 

O banco vai reter o total de dividendos que seriam pagos ao Tesouro relativos aos resultados de 2017 e 2018. Também fará emissão externa de títulos perpétuos (sem prazo de vencimento) e securitização e venda de carteiras de crédito. 

Com a atualização do chamado "plano de contingência de capital", a Caixa afirma assegurar o cumprimento do seu planejamento para este ano, incluindo o orçamento previsto para habitação popular, sem a necessidade do socorre de R$ 15 bilhões do FGTS, que tinha sido permitido por lei aprovada no Congresso, mas que ainda dependia de autorização do Conselho Curador do FGTS e do Tribunal de Contas da União (TCU).
"O processo de ajuste é contínuo e permanente", afirma o banco, em comunicado que elenca outras medidas que foram adotadas para dar mais eficiência ao banco. 
Por Adriana Fernandes e Lorenna Rodrigues | Estadão Conteúdo

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