Imbassahy pede demissão, e Temer deve nomear Marun

© Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente Michel Temer deve esperar até a semana que vem para nomear o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) como novo ministro da Secretaria de Governo.

 Antonio Imbassahy (PSDB) entregou nesta sexta-feira (8), em um encontro em São Paulo, sua carta de demissão ao presidente.

A saída do ministro acontece na véspera da convenção nacional do PSDB, onde é esperado que o partido desembarque oficialmente do governo.

A relação entre os tucanos e o Palácio do Planalto já vinha se desgastando ao longo dos meses, mas a situação se agravou nos últimos dias, quando alguns dos principais ministros de

Temer passaram a fazer críticas públicas ao partido.

A cúpula tucana vinha pressionando Imbassahy a deixar o cargo, decisão que foi tomada na quinta-feira (7).

O ministro vinha evitando comentar o assunto e chegava até mesmo a desligar o telefone quando sua saída era abordada.

Para o lugar do tucano, Temer definiu que nomeará Carlos Marun, mas pretende fazê-lo somente na semana que vem.

CPI

Isso porque Marun é o relator da CPI da JBS e só deve entregar seu parecer na terça-feira (12).

A CPI foi criada para defender o presidente e melindrar executivos da empresa que gravaram Temer e o acusaram de corrupção.

Deputado de primeiro mandato, Marun ganhou notoriedade durante o período em que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comandou a Câmara. Cunha está preso há mais de um ano por causa da Operação Lava Jato.

No final do ano passado, Cunha chegou inclusive a ser visitado na cadeia em Curitiba (PR) por Marun, que usou recursos da Câmara para fazer a viagem. Depois que a notícia foi divulgada, devolveu o dinheiro.

Marun é um dos principais defensores de Temer e da reforma da Previdência.

Estridente e brincalhão, Marun tem um hábito peculiar: responde pessoalmente -e às vezes de maneira não muito politicamente correta- as críticas que recebe diariamente pelo WhatsApp.Quando Temer se livrou da segunda denúncia, Marun cantou e dançou para comemorar.

CARTA

Na carta que entregou a Temer, Imbassahy reafirma seu apoio à reforma da Previdência e elogia a reação do presidente em "momentos de sofrimento por ataques virulentos", em uma referência às denúncias contra o peemedebista apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e engavetadas pela Câmara dos Deputados.

O tucano chama o peemedebista de amigo e afirma que deixa o cargo porque "novas circunstâncias se impõem no horizonte".Fora do ministério, Imbassahy vai reassumir sua cadeira de deputado.

Em resposta ao tucano, Temer agradeceu "o apoio permanente" do ministro.

"Eu, o governo e o país devemos muito a você", disse o presidente na carta de resposta.Imbassahy já vinha sendo fritado por deputados do chamado centrão, bloco de partidos como PP, PR e PSD.

Representantes destas legendas vinham pedindo a cabeça do tucano, alegando que ele não conseguia atender as demandas dos parlamentares e que questões como cargos eram resolvidas pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

Imbassahy é o segundo tucano a deixar o governo. Em novembro, o deputado Bruno Araújo saiu do Ministério das Cidades.

Restam ainda no governo dois ministros do PSDB: Luislinda Valois (Direitos Humanos) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores). A primeira ainda deverá pedir demissão. Já o segundo será mantido na cota pessoal de Michel Temer. Com informações da Folhapress.

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