TV de luxo para cadeia onde está Cabral foi comprada com nome de 'laranja'

Foto: Divulgação
O caso que envolve a construção de um "cinema particular" no presídio onde estão os presos da Lava Jato no Rio de Janeiro ganhou novos contornos. Como mostrou o Jornal Nacional desta terça-feira (31), embora a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária alegasse que os aparelhos eletrônicos para a videoteca foram doados por uma igreja, na verdade, a pessoa que consta como compradora de uma televisão de luxo para a videoteca disse nunca ter comprado o equipamento.
Os equipamentos seriam para uma sala que teria uma televisão de 65 polegadas, home theater, aparelho de DVD e 160 filmes. Além do ex-governador Sérgio Cabral, está também preso no local o ex-secretário estadual de Governo Wilson Carlos de Carvalho, que vai trabalhar na videoteca e, por isso, conseguirá abater dias da pena que já cumpre.
Conforme mostrou a reportagem, os aparelhos tiveram um custo de R$ 8 mil que, até esta publicação, ninguém assumiu ter pago. Na Igreja Batista do Méier, entidade que a secretaria disse ter financiado os equipamentos, uma missionária disse desconhecer a doação.
Em seguida, a mesma funcionária liga para outra mulher, outra missionária, que confirma a doação dos equipamentos, mas explica que a igreja emprestou o nome da entidade para que os aparelhos fossem comprados. Clotilde de Moraes diz que foi feita uma "vaquinha" para comprar a televisão. Ela atribui a compra a "presos da igreja" que estão dentro da cadeia e conta que o subdiretor da unidade penitenciária sabia da compra.
O pastor Cesar Dias de Carvalho, que também assinou a doação, confirmou à reportagem que a doação foi uma farsa. Na nota fiscal, que o Jornal Nacional teve acesso, consta o valor da televisão: R$ 7,5 mil que foram pagos em espécie. O nome na nota é de Eliana Nogueira do Carmo, cujo endereço que consta no documento simplesmente não existe.
Por telefone, Eliana contou que é estudante de dinheiro e que teve o nome usado. Ela nega ter comprado qualquer televisão. Uma fonte dentro da penitenciária contou à reportagem que o dinheiro para a compra do aparelho veio de Wilson Carlos, ex-secretário de Sérgio Cabral.
Após as revelações, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que iria retirar os equipamentos da sala de cinema da unidade. O Ministério Público estadual também comunicou que abriu dois procedimentos para apurar irregularidades na compra dos aparelhos.
(Fonte: G1)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ipiaú: "Dunga" é preso com droga escondida no quintal de casa

Ipiaú: Acusado de homicídios morre em ação da CIPE Central

PF e Receita fazem operação e afastam servidores do cargo