Na casa de Maia, políticos comemoram enfraquecimento de Janot e Joesley
© Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Reunidos na casa do presidente
interino da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), líderes dos principais partidos
políticos comemoraram na noite desta segunda-feira (4) o que consideram um
enfraquecimento de Rodrigo Janot e Joesley Batista.
O tema do encontro era reforma
política, mas segundo relatos os parlamentares não desgrudavam os olhos dos
aparelhos de telefone celular em busca das notícias sobre a gravação que pode
jogar por terra os benefícios concedidos aos executivos da JBS.
Vários dos políticos são alvos do
procurador-geral da República e também são atingidos pela delação da empresa
comandada por Joesley Batista.
O líder do governo na Câmara,
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), não quis comentar o que foi discutido no jantar, mas
ironizou na saída: "Vai ter que ter um novo filme da Lava Jato", em
referência ao longa-metragem "Polícia Federal - A Lei é para Todos."
Mais cedo, governistas já
afirmavam, na Câmara, que a possível nova denúncia contra Michel Temer deve
chegar enfraquecida à Casa.
O líder da maioria no Congresso,
Lelo Coimbra (PMDB-ES), afirmou que o fato cria um "novo momento" e
que "essa festa parece ter acabado". Relator da reforma da
Previdência, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse que o fato tira
credibilidade das acusações feitas pelo dono da JBS. "Isso desmoraliza por
completo qualquer nova denúncia contra o presidente Temer. Revela o açodamento
da delação da JBS, que causou prejuízos à economia e ao país. Foi ato de muita
precipitação."
REFORMA
No encontro, Maia e líderes
partidários definiram que vão tentar novamente nesta terça (5) votar uma parte
da reforma política: a proposta de emenda à Constituição que veta a coligação
entre partidos, nas eleições para o Legislativo, a partir de 2020, e que cria
uma cláusula de desempenho para tentar barrar as legendas nanicas (1,5% dos
votos nacionais, entre outras exigências).
Na próxima semana, haverá nova
tentativa de votação da proposta que altera o sistema de eleição para o
legislativo: do "proporcional" para o "semidistritão".
No atual modelo, as cadeiras são
distribuídas com base no total de votos que os candidatos do partido ou da
coligação obtêm. No "semidistritão", os mais votados são eleitos, mas
permanece o voto na legenda, que é distribuído proporcionalmente aos candidatos
mais votados da sigla. Com informações da Folhapress.
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