Indícios de obstrução à Justiça motivaram ação contra Maggi
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), é acusado de tentar obstruir a Justiça (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) |
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação desta quinta-feira contra o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), por entender que pessoas investigadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo Maggi, poderiam cometer o crime de obstrução à Justiça. Fux determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ministro, ao deputado federal Ezequiel Fonseca (PP-MT) e ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB).
Fux também decretou o afastamento cautelar de cinco conselheiros do Tribunal de Contas Estadual (TCE) do Mato Grosso. Os alvos foram José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.
O apartamento de Maggi, em Brasília, o gabinete de Ezequiel Fonseca na Câmara dos Deputados e a casa do prefeito Emanuel Pinheiro, em Cuiabá, foram alguns dos endereços vasculhados pela PF. Fonseca e Pinheiro foram flagrados em vídeos que estão associados ao pagamento de propinas. O prefeito de Cuiabá aparece recebendo dinheiro vivo em uma das filmagens.
A ação tomou como base o inquérito que corre no STF para investigar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira e crimes contra a ordem tributária.
Ao autorizar a operação, o ministro julgou que também é preciso apurar a prática de obstrução de investigação criminal, que teria ocorrido mediante um pagamento para Éder Moraes Dias, ex-secretário estadual de Mato Grosso, mudar a versão dos fatos que apresentou em depoimentos. O ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa também teria recebido dinheiro para não celebrar acordo de delação. Os crimes, segundo Fux, teriam sido cometidos com a participação de Maggi.
(Veja.com)
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