Dilma: 'Obras-primas do golpe foram Bolsonaro e a destruição do PDSB'

© Ueslei Marcelino / Reuters
Num discurso de uma hora e 20 minutos, ela defendeu o ex-presidente Lula e atacou o presidente Michel Temer, a "elite do dinheiro" e a mídia
A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que o impeachment de seu mandato provocou o "crescimento da extrema-direita" e "a destruição da centro-direita, do PSDB". Num discurso de uma hora e 20 minutos, ela defendeu o ex-presidente Lula e atacou o presidente Michel Temer, a "elite do dinheiro" e a mídia.
Ela afirmou que a eleição em 2018 "está em disputa se o golpe se reproduz ou se contém". "Tudo o que está em questão é o que vem depois. Só pode ser feito com a participação do povo brasileiro".
Dilma participou do ato "O Brasil um ano depois do golpe", organizado pelo jornal "Brasil de Fato" na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no centro do Rio. O auditório ficou lotado, mas algumas pessoas deixaram o local no meio do longo discurso da ex-presidente.
"As duas obras-primas do golpe foram a extrema-direita, refletida no [Jair] Bolsonaro e a destruição da centro-direita, do PSDB", afirmou.
Dilma classificou a proposta de parlamentarismo ou semiparlamentarismo como "um sonho de uma noite de verão do golpista, usurpador mor".
Ela se emocionou ao comentar uma declaração de Lula, que disse que participaria da eleição "solto ou preso, vivo ou morto".
"Mostra a indignação com a extrema injustiça sobre ele. Foi colocado numa situação extrema que se pensa no limite", afirmou.
Ela criticou o empresariado brasileiro, que, para a petista, nunca aceitou as políticas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.
"O golpe não é fruto da maldade. É uma imposição de algo que ocorreu em 2003, quando interrompemos o neoliberalismo. Essa 'Ponte para o futuro' é uma regressão ao passado. Isso não ganharia uma eleição", declarou Dilma.
"Temos a mais atrasada e irresponsável das elites econômicas. Muitas elites pensaram a sua nação. Mas aqui sempre tivemos dificuldades em fazer os processos mais simples de inclusão", disse a petista.
"O pato amarelo talvez fosse a maior confissão. É impossível sair da crise sem imposto. Mas há uma carga tributária muito alta sobre os mais pobres, classe média e parte dos pequenos empresários. Nunca conseguimos implantar um imposto sobre grandes fortunas", afirmou. Com informações da Folhapress.

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