Acordo entre Brasil e China podem movimentar US$ 9,9 bilhões
FOTO: BETO BARATA |
A visita de Estado do presidente Michel Temer
à China produziu acordos que têm o potencial de trazer US$ 9,9 bilhões em
investimentos e linhas de créditos para o Brasil nos próximos anos. Alguns
terão impacto no curto prazo, mas muitos são memorandos de intenções que
levarão tempo para serem totalmente implementados. Além disso, há anúncios
requentados, que já haviam sido realizados pelas partes envolvidas.
O maior
desembolso virá em razão da concessão da licença ambiental que permitirá o
início das obras da linha de transmissão entre a usina de Belo Monte, no Pará,
e o Sudeste. De acordo com o embaixador do Brasil em Pequim, Marcos Caramuru, a
chinesa State Grid investirá US$ 3,5 bilhões para concluir a linha de 2.518 km,
a maior do País. A licença foi aprovada pelo Ibama no dia 18.
O segundo
maior valor é relativo à concessão de linha de crédito de US$ 3 bilhões do
China Development Bank (CDB) para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES). Antes que o dinheiro seja liberado, os dois lados terão de
definir parâmetros para concessão dos financiamentos.
Em
seguida, aparece o projeto do Porto do Sul, em Ilhéus, e da Ferrovia de
Integração Oeste-Leste (Fiol), que ligará a cidade a Caetité, em um trecho de
500 km. As obras estão avaliadas em US$ 2,4 bilhões, disse Caramuru. O acordo
fechado ontem prevê a formação de um consórcio de empresas chinesas, do
Casaquistão e do governo da Bahia para disputar a licitação, em 2018. Não há
garantia de que haverá acordo entre os sócios nem que o eventual consórcio
vença a disputa.
O
financiamento de US$ 700 milhões da China Communication and Construction
Company (CCCC) para a construção de um Terminal de Uso Privado no Porto de São
Luís (MA) é o quarto maior valor anunciado ontem. A beneficiária é a brasileira
WTR, responsável pelo projeto. As empresas já haviam anunciado o negócio em
abril.
Na conta
de US$ 9,9 bilhões, Caramuru inclui US$ 300 milhões de uma linha de crédito que
o chinês Eximbank poderá liberar para o Banco do Brasil. O que os dois lados
assinaram foi um “esboço de acordo”, que terá de ser detalhando antes de entrar
em vigor.
Ainda na
área financeira, o BNDES e a Sinosure fecharam convênio para a concessão de
garantias a empresas chinesas com negócios no Brasil. O governo ainda anunciou
a contratação da China National Nuclear Cooperation para avaliar os
procedimentos necessários para a conclusão da usina Angra 3. / C.T (AE)
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