Ministro do Planejamento abre mão de R$ 18 mil da remuneração mensal
© José Cruz / Agência Brasil O ministro informou a decisão após a imprensa destacar que sua remuneração e a de outros ministros excedem o teto do funcionalismo, de R$ 33,7 mil |
O ministro do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, vai abrir mão de R$ 18 mil mensais
que recebe por sua participação como membro do Conselho Fiscal do Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O ministro informou a decisão após
a imprensa destacar que sua remuneração e a de outros ministros excedem o teto
do funcionalismo, de R$ 33,7 mil.
Para o ministro Dyogo Oliveira ,
o jeton que recebe do Senac é previsto em leiArquivo/José Cruz/Agência Brasil
Na última semana, Dyogo Oliveira
e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciaram a ampliação do déficit
fiscal de 2017 e 2018 para R$ 159 bilhões em cada ano. Conjuntamente,
apresentaram uma série de medidas de austeridade envolvendo os servidores públicos.
Entre as medidas, o preparo de um
projeto de lei para garantir que todas as verbas pagas a servidores de todos os
poderes do governo federal, estados e municípios respeitem o limite, que
equivale ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, o Ministério do
Planejamento ressaltou a legalidade do pagamento dos R$ 18 mil, já que “a
participação de servidores em conselhos de administração e fiscal de empresas
públicas, sociedades de economia mista e entidades do sistema S é autorizada
por lei”.
A pasta destacou que a
remuneração por essas participações, conhecida como jeton (gratificação pela
participação em sessões e reuniões extraordinárias) tem natureza privada e não
pública.
Debate
Segundo o órgão, Dyogo Oliveira
tem salário bruto de R$ 42.703,48 e um abate teto de R$ 8.940,47 como servidor
público. Após deduções com Imposto de Renda e Previdência, o salário do
ministro cai para R$ 22.527,52. Somado ao jeton do Senac, portanto, a
remuneração líquida do ministro totaliza R$ 40.527,52. Ele recebe ainda um
vale-alimentação no valor de R$ 458.
O Planejamento afirmou que o
ministro abrirá mão do ganho extra para fortalecer a discussão sobre o controle
da remuneração dos servidores.
“Diante da importância do debate
sobre o teto remuneratório dos salários do serviço público, o ministro está
renunciando ao jeton do Senac, mesmo que respaldado legalmente e estudará
medidas para propor que os jetons também se enquadrem dentro do teto de todos
os servidores públicos”, acrescentou a nota.
De acordo com o ministério, Dyogo
Oliveira defende também a aprovação do Projeto de Lei 6.726/16, que aplica
limite remuneratório para agentes públicos, aposentados e pensionistas dentro
do teto de R$ 33,7 mil. A proposta já foi aprovada no Senado e hoje está na
Câmara dos Deputados.
Medidas
Além de mais rigor sobre o teto
remuneratório do funcionalismo, o governo anunciou que pretende adiar por um
ano o reajuste aos servidores. Também quer elevar de 11% para 14% a alíquota da
Previdência para quem recebe acima de R$ 5,3 mil e reduzir benefícios como o
auxílio-moradia.
Outra ação anunciada na última
semana é a redução do salário de entrada no serviço público, para que o
servidor deve percorrer mais níveis antes de chegar ao teto remuneratório. Todas
as medidas dependem de aprovação do Congresso Nacional. Com informações da
Agência Brasil.
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