'Enquanto houver bambu, lá vai flecha', diz Janot sobre 2ª denúncia

© Reuters / Ueslei Marcelino
Procurador-geral da República afirmou que seu mandato vai até 17 de setembro e, até lá, não vai "deixar de praticar ato de ofício"

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a falar em denunciar o presidente Michel Temer, mais uma vez, e destacou que há duas investigações em curso: uma por obstrução e outra por organização criminosa.
“Eu continuo minha investigação dizendo que enquanto houver bambu, lá vai flecha. Meu mandato vai até 17 de setembro. Até lá, não vou deixar de praticar ato de ofício porque isso se chama prevaricação”, afirmou Janot, em entrevista divulgada nessa segunda-feira (7).
O procurador também justificou a decisão de ter deslocado a investigação de organização criminosa, envolvendo Temer, do inquérito da JBS para o do “quadrilhão” do PMDB na Câmara.
“O presidente só pode ser investigado por atos praticados durante o exercício do mandato. O crime de integrar organização criminosa é permanente, então essa investigação tem que ficar permanentemente atenta para saber se a organização existe ou não, está em atividade ou não. Com esses últimos fatos [da JBS], a gente viu que a organização criminosa continua em plena e total atividade”.
Janot explicou que o fato de a investigação sobre obstrução envolvendo o presidente já ter sido concluída pela Polícia Federal, não significa que ele entenda como suficiente. “Se eu entender que não é, vou pedir diligências. Estamos com colaborações em curso que podem e muito nos auxiliar em uma e outra investigação”.
Ao ser questionado pela Folha de S. Paulo se ele estaria se referindo ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, ele desconversou. “Não posso dizer quem são. As colaborações são sigilosas. Sobre colaborações em curso não posso falar. Não posso nem reconhecer que esses cidadãos estão em colaboração com a Procuradoria, a lei me impõe sigilo sobre o assunto”.

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