Homenagens que serão prestadas ao ex-presidente dividem a opinião de políticos e há caso até de ameaça de morte

© Nacho Doce / Reuters
Homenagens que serão prestadas ao ex-presidente dividem a opinião de políticos e há caso até de ameaça de morte
A caravana do ex-presidente Lula pelo Nordeste, de ônibus, começará nesta quinta-feira (17) e seguirá até 5 de setembro, começando na Bahia e terminando no Maranhão, depois de passar por 28 municípios.
Além de aproximar o petista da população e dos políticos da região, a viagem tem como objetivo aumentar o número de filiados à legenda, o que já cresceu após a condenação do petista pelo juiz Sérgio Moro.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, foram 4.836 pedidos de ingresso, apenas entre os dias 12 e 31 de julho. Ao todo, no mês, foram 5.141.
No entanto, antes mesmo de começar, a caravana já causa rebuliço em alguns Estados. Isso porque a agenda do ex-presidente também inclui homenagens a ele, motivo de discósdia entre os políticos pró e contra o PT.
Na Paraíba, por exemplo, Lula receberá o título de cidadão de João Pessoa, 20 anos após ter sido concedido, mas que voltou à tona como uma espécie de "compensação", já que a entrega de título de doutor honoris causa ao petista não foi confirmada pela Universidade Federal da Paraíba, embora o PT já tivesse até mesmo divulgado o evento.
A Mesa Diretora da Câmara, no entento, não estará presente. "Não vamos participar. Entendemos que é um contrassenso entregar um título a alguém condenado por corrupção", diz o vice-presidente da Câmara, vereador Lucas de Britto (PSL), criticando o vereador Marcos Henriques (PT), que resgatou a ideia.
Já em Alagoas, mais um título a Lula, dessa vez de doutor honoris causa. No entanto, o reitor da Universidade do Estado de Alagoas, que concederá a homenagem, Jairo José Campos da Costa, diz ter sido ameaçado de morte quando do anúncio.
Na Bahia, a Universidade Federal do Recôncavo entregaria honraria semelhante, mas o vereador por Salvador Alexandre Aleluia (DEM) entrou com ação popular na Justiça Federal. "A gente não pode achar normal que se conceda uma honraria a uma pessoa que foi condenada. Criminoso não merece título, merece sentença", diz.
O ex-governador Jaques Wagner (PT-BA) saiu em defesa de Lula e disparou: "Quem sabe, se trabalhar, ele pode chegar ao nível que o presidente Lula chegou".
Ainda no Estado, um ato que seria realizado pelo PT no Cerimonial Pupileira, administrado pela Santa Casa da Bahia, foi transferido para a área interna do estádio da Fonte Nova. É que a administração da Santa Casa vetou o uso do local, alegando que seria inadequado para eventos políticos. "Preconceito" com Lula, voltou a defender Jaques Wagner.
Confusão também em Sergipe, onde o vereador Sandro de Bibi (PRB) entrou com um pedido de anulação do título de cidadão que será concedido ao ex-presidente. Ele alega que a homenagem foi aprovada em regime de urgência, desrespeitando o regimento interno, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.

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