Grupo ocupa Câmara de SP em ato contra privatizações e mudanças no Passe Livre
Grupo ocupa plenário da Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Rogério de Santis/Futura Press/Estadão Conteúdo) |
Manifestantes ocupam, desde o
começo da tarde desta quarta-feira (9), o plenário da Câmara dos Vereadores de
São Paulo em protesto contra o pacote de privatizações pretendido pelo prefeito
João Doria (PSDB) e contra as recentes restrições impostas para o uso do
benefício do Passe Livre Estudantil.
De acordo com a assessoria da
Câmara, a ocupação acontece de forma pacífica e tanto Guarda Civil
Metropolitana (GCM) quanto Polícia Militar (PM) acompanham a movimentação dos
manifestantes.
Segundo os Jornalistas Livres,
que transmite ao vivo a ocupação, por volta das 15h, seguranças e GCM entraram
no plenário e impediram o acesso dos manifestantes a banheiros, água e entrada
de comida. Representantes dos movimentos estudantis pedem para falar com o
presidente da Casa, o vereador Milton Leite (DEM).
Os manifestantes tentaram
bloquear a entrada do plenário com cadeiras e afirmam que não pretendem sair do
espaço. "São Paulo é nossa, não vão vender São Paulo. O Passe Livre também
é nosso", dizem os estudantes.
Às 15h09, o vereador Eduardo
Suplicy (PT) e a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL) tentavam negociar a permanência
dos estudantes com o representante com a tropa da GCM. Os estudantes pedem a
saída dos guardas do plenário e a liberação de água e comida.
A Câmara informou que, por conta
da ocupação, a Sessão Plenária das 15h está mantida, mas foi transferida para o
Salão Nobre da casa.
Passe Livre
A nova regra para utilizar o
Passe Livre Estudantil no transporte público de São Paulo passou a valer nesta
terça-feira (1º). Em tese, o estudante continua tendo direito ao mesmo número
de viagens (8 por dia), mas agora tem menos tempo para usufruir delas. A
mudança causou descontentamento entre os usuários e já foi motivo de outros
protestos.
A redução das horas de uso do
benefício foi determinada pela Prefeitura em julho, logo após o começo das
férias escolares. Antes, o estudante podia fazer até oito embarques nos ônibus
durante as 24h do dia. Agora, pode fazer quatro viagens durante duas horas e,
em um outro período do dia, mais quatro viagens durante duas horas.
A gestão Doria diz que a mudança
considera “a real necessidade de deslocamentos vinculados à atividade escolar”.
A publicação no Diário Oficial diz ainda que “as cotas poderão variar, conforme
a frequência exigida pela instituição, de 10 cotas por mês para cursos que
exijam uma presença por semana a até 48 cotas por mês para curso que exijam
cinco presenças por semana.”
O benefício foi concedido em
fevereiro de 2015 pela gestão de Fernando Haddad e a atual gestão estima que
economizará R$ 70 milhões até o final do ano com a alteração da regra. Segundo
a administração tucana, o dinheiro economizado será investido em educação.
Privatizações
A Câmara de São Paulo realizou
uma série de audiências públicas para debater o projeto do prefeito João Doria
que libera a concessão de equipamentos e serviços da cidade. A gestão de
praças, parques, do sistema de Bilhete Único e até de cemitérios poderá ir para
a iniciativa privada caso o projeto seja aprovado em segunda votação.
A última das audiências ocorreu
no dia 31 de julho. O texto do projeto que autoriza concessões à iniciativa
privada já foi aprovado pelos vereadores em primeira votação e deverá ser
apreciado pela Câmara de forma definitiva em agosto. A estimativa da Prefeitura
é gerar uma receita de R$ 5 bilhões com as concessões que vão durar por um
período entre 10 e 20 anos.
O projeto de lei sobre a
alienação de bens imóveis diz que "fica autorizado o município a alienar
imóveis cuja área de terreno seja igual ou inferior a 10 mil metros quadrados,
desde que não afetados a serviços públicos nas áreas de educação, cultura,
saúde, esporte e assistência social". Não há, no entanto, detalhes sobre
equipamentos estão no plano.
A gestão Doria preparou projetos
específicos de concessões para o Estádio do Pacaembu, também aprovado em
primeira votação pelos vereadores, e sobre a alienação de imóveis, que já está
na Câmara e precisa ser votado. A Prefeitura ainda enviará os projetos que
versam sobre Interlagos, o Anhembi e os cemitérios.
(Fonte: G1)
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