GILMAR DISCUTE REFORMA POLÍTICA COM TEMER E SAÚDA SAÍDA DE JANOT DA PGR
(FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR) |
O ministro Gilmar Mendes,
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esteve com o presidente Michel
Temer, na noite deste domingo (6), para discutir reforma política. “Temos feito
sugestões às comissões do Congresso e batido muito na necessidade da cláusula
de barreira e proibição de coligação. Tenho batido muito na necessidade de
pensar um semi-presidencialismo”. Ele defende para o Brasil um parlamentarismo
nos moldes do francês e do português, onde o presidente tem obrigações de
Estado e o primeiro-ministro chefia o governo.
Gilmar foi ao encontro de Temer
tão logo retornou de Manaus, onde acompanhou o primeiro turnio da eleição para
governador do Amazonas, na qual Amazonino Mendes se saiu vencedor, com 38% dos
votos, e vai para o segundo turno com Eduardo Braga (PMDB), que teve 25%.
“Dos quatro presidentes da nova
República, só dois terminaram o mandato integralmente”, lembrou ele em
entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, esta noite. “Toda vez que temos
crises mais profundas, vem a discussão sobre impeachment ou fórmulas desse
tipo. Temos que separar a Presidência da questão da governabilidade mais geral.
Já temos hoje um modelo muito parlamentarizado. Se houver necessidade de troca,
que seja sem tantos traumas.”
Já vai tarde
O presidente do TSE disse também
que a saída de Rodrigo Janot será positiva para as instituições e para a
democracia. Ele vê sinais de “personalização” nas denúncias do PGR contra o
presidente Temer. “A gente só pode desejar ao procurador uma boa viagem”,
irinizou, para depois bater duro:
- Ele perdeu todas condições de
equilíbrio para continuar exercendo o cargo. Infelizmente, o sistema permite
isso. Eu tenho criticado o Supremo Tribunal Federal, que ficou a reboque de
impulsos do procurador-geral, permitindo a violação da lei de delação e uma
série de abusos nessa área. Estamos fazendo uma rediscussão sobre esse tema.
Certamente, o Tribunal vai acertar o passo.
Guilmar Mendes acha que com a
posse de Raquel Dodge na Procuradoria Geral da República “haverá o
restabelecimento da normalidade na relação do Tribunal com a PGR”.
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