Entenda os principais pontos e o que muda com a reforma política
© José Cruz/Agência Brasil Medidas têm de ser aprovadas pelos plenários da Câmara e do Senado até setembro para valer nas eleições de 2018 |
Na última quarta (9) e
quinta-feira (10), a comissão especial da Câmara que analisa a reforma política
aprovou parecer apresentado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) e chancelou
três propostas principais: a criação de mais um fundo público para financiar
todas as campanhas, de R$ 3,6 bilhões; a instituição do chamado
"distritão" para a eleição de deputados e vereadores; e o
estabelecimento de mandato de dez anos para ministros de tribunais superiores.
Mas, sem a presença suficiente de
integrantes da base governista, não conseguiu concluir a aprovação das medidas
que alteram a Constituição Federal.
Com isso, ficou para a semana que
vem a votação de três emendas restantes ao relatório do deputado, que tratam de
pontos laterais da reforma.
As medidas têm de ser aprovadas
pelos plenários da Câmara e do Senado até setembro para valer nas eleições de
2018.
Entenda os principais pontos da
reforma e o que muda:
Financiamento das campanhas
COMO É HOJEEmpresas estão
impedidas desde 2015 de financiar os candidatos. Recursos vêm de pessoas
físicas, do bolso dos próprios candidatos e dos cofres públicos (fundo
partidário, que deve chegar próximo de R$ 1 bilhão no ano que vem, e renúncia
fiscal de TVs e rádios para veiculação da propaganda eleitoral)
EM DISCUSSÃO
Comissão da Câmara aprovou a
criação de um segundo fundo público para custear todas as campanhas, no valor
de R$ 3,6 bilhões (esse valor pode variar a cada eleição, já que representa
0,5% da receita corrente líquida). Regras para distribuição serão definidas em
lei posterior
Coligações
COMO É HOJEPode haver coligações
entre as legendas
EM DISCUSSÃOAcaba essa
possibilidade para a eleição de deputados e vereadores. Medida já foi aprovada
pelo Senado e está em discussão em uma comissão da Câmara. Precisa ser aprovada
nessa comissão e no plenário da Casa.
Partidos pequenos
COMO É HOJEPartidos com
baixíssimo desempenho nas urnas, os chamados "nanicos", já sofrem
algumas restrições de financiamento e atuação parlamentar.
EM DISCUSSÃOHá regras mais duras
para tentar barrar a existência dos "nanicos", como o fim das
coligações (alguns nanicos só conseguem eleger candidatos por meio de
coligações) e regras de desempenho nas eleições (obtenção de ao menos 1,5% dos
votos nacionais na disputa à Câmara), que tesouram direitos parlamentares e de
financiamento das siglas que não obtiverem um percentual mínimo de votação
nacional
Tribunais com indicações
políticas
COMO É HOJEEm tribunais como STF
(Supremo Tribunal Federal), os ministros são indicados pelo presidente da
República e aprovados pelo Senado. Não há mandato fixo, apenas aposentadoria
obrigatória aos 75 anos de idade
EM DISCUSSÃO
Mandato de dez anos para tribunais
com indicações políticas, como o STF. Medida aprovada preliminarmente em
comissão da Câmara. Para valer, tem que passar ainda pelos plenários da Câmara
e do Senado, com apoio de pelo menos 60% dos deputados e senadores.
Sistema eleitoral (de deputados e
vereadores)
COMO É HOJE
Vigora o sistema proporcional:- O
eleitor vota em candidatos isolados ou na legenda- As cadeiras são distribuídas
com base na votação total que determinada coligação recebeu (quociente
eleitoral)- Por isso, às vezes um candidato é eleito mesmo recebendo menos voto
do que um concorrente. Isso acontece porque os candidatos e partidos de sua
coligação reuniram, no conjunto, mais votos. Isso é conhecido como
"efeito-Tiririca"
EM DISCUSSÃO
Valeria o chamado
"distritão":- São eleitos os mais votados- Diferentemente do sistema
proporcional, os votos dados aos não eleitos ou os votos dados em excesso aos
eleitos são desprezados- Sem a necessidade de reunir o maior número de votos
que conseguir, partidos lançam menos candidatos. Em geral, os mais conhecidos,
que já têm mandato, o que dificulta a renovação. Com informações da Folhapress.
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