Audiência debate futuro da Petrobras na Bahia e funcionários temem demissões
Refinaria Landulpho Alves (Rlam) foi colocada à venda
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A venda de ativos da Petrobras na
Bahia, como parte do plano de reestruturação da companhia, tem dividido as
opiniões de funcionários, que temem o desemprego e a precarização do trabalho
no setor, e empresários interessados em atuar em áreas que possam ser
concedidas à iniciativa privada.
“Já colocaram à venda a Refinaria
Landulpho Alves (Rlam), o Terminal de Madre de Deus e os campos terrestres; a
BR Distribuidora está prestes a ser entregue e também a PBIO”, frisa o
presidente do Sindicato dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, que vê a possibilidade
de extinção completa das atividades da Petrobras no estado, como parte do bolo
de concessões já concretizado com a venda da Liquigás e da participação da
companhia na Braskem, por exemplo.
O tema será debatido nesta
quarta-feira, 2, em audiência pública, prevista para as 15 horas, na Assembleia
Legislativa. O ex-presidente da companhia José Sérgio Gabrielli, um dos
investigados pela Operação Lava Jato, está entre as personalidades esperadas
para o evento, assim como o ex-ministro do governo Dilma e ex-governador Jaques
Wagner, atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, além de
representantes das centrais sindicais, prefeitos dos municípios onde há
operação da Petrobras, empresários e especialistas da área.
Concessões
No caso dos empresários, há o
interesse maior na exploração em campos terrestres maduros, densamente
explorados pela companhia e que hoje já não representariam mais viabilidade
econômica para as operações da estatal, mas que ainda podem ser lucrativas para
as empresas privadas de pequeno e médio portes.
Ao visitar a Bahia na semana
passada, onde proferiu palestra sobre o tema, o diretor-geral da Agência
Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, confirmou novos leilões de poços
maduros no primeiro trimestre do ano que vem.
Em setembro, será realizada a 14ª
rodada de concessões de blocos exploratórios, identificados pela estatal como
com potencial para exploração, mas que a companhia nunca investiu. Serão 27
blocos a serem leiloados na Bahia, todos na Bacia do Recôncavo.
Independentes
Segundo dados da Associação
Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás Natural (Abpip), cerca
de 20 empresas estariam interessadas no leilão dos blocos exploratórios na
Bahia, “com um interesse ainda muito maior caso estivessem em oferta os campos
maduros”, como salientou o empresário baiano Anabal Santos Jr.,
diretor-executivo da Abpip.
O Sindipetro, por sua vez, teme a
precarização do trabalho. Cita os exemplos do projetos de concessão do campo
terrestre de Buracica, no município de Alagoinhas, e o campo de Miranga, um dos
maiores produtores de gás do Brasil, no município de Pojuca.
“Os dois campos juntos geram
cerca de 700 empregos, entre diretos e indiretos, além de receitas para os
municípios, com pagamentos de royalties e ISS, além de contribuir para o
desenvolvimento local e social, ou seja, representa um grande prejuízo a saída
da Petrobras, a privatização desses campos”, afirma Deyvid Bacelar.
Enquanto isso, os empresários
interessados em ampliar suas atividades no negócio batem na tecla de que vão
valorizar a mão de obra qualificada, sobretudo dos trabalhadores que sempre
trabalharam para a Petrobras.
O sindicato, por sua vez, alerta
que a Petrobras já vendeu US$ 13,6 bilhões em ativos e já reduziu em mais de
75% os investimentos realizados entre 2013 e 2016, saindo de US$ 48,8 bilhões
para US$ 11,5 bilhões no ano passado.
Empresários
A Petróleo Brasileiro S.A.
(Petrobras) é uma empresa de capital aberto (sociedade anônima), cujo acionista
majoritário é o governo do Brasil (União), sendo uma empresa estatal de
economia mista.
A empresa foi instituída em 3 de
outubro de 1953 e deixou de monopolizar a indústria petroleira no Brasil em
1997, mas continua a ser uma importante produtora do produto, com uma produção
diária de mais de dois milhões de barris (320 mil metros cúbicos).
A multinacional é proprietária de
refinarias, petroleiros e é uma grande distribuidora de derivados de petróleo.
É líder mundial no desenvolvimento de tecnologia para a exploração petrolífera
em águas profundas e ultraprofundas.
É a 28ª maior empresa do mundo
por receita. Em 2014 teve um prejuízo de R$ 21,587 bilhões, o maior desde 1986
[19] e o primeiro da empresa desde 1991.
(Fonte: A Tarde)
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