Artistas e ativistas fazem ato no Rio em defesa da Amazônia
Deputado estadual Carlos Minc,
grupo de artistas e ambientalistas protestam na Cinelândia contra o decreto que
extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca)Fernando
Frazão/Agência Brasil
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Artistas, ativistas políticos e
ambientalistas participaram de um ato em defesa da preservação da Amazônia e
contra o decreto do governo federal que liberou as atividades de mineração na
Reserva Nacional do Cobre a Associados (Renca). Os manifestantes se
concentraram, na tarde desta quinta-feira (31), em frente à sede da Justiça
Federal, no centro da cidade, em apoio a uma ação popular contra a medida.
O ato foi organizado pelo
deputado estadual Carlos Minc (sem partido), ex-ministro do Meio Ambiente do
governo Luiz Inácio Lula da Silva e ex-secretário estadual do Ambiente do Rio
no governo de Sérgio Cabral.
O diretor de campanhas do
Greenpeace Brasil, Nilo Dávila, considerou que é impossível conciliar mineração
e conservação do ambiente, como quer o governo federal para a área da Renca,
que tem o tamanho aproximado do Espírito Santo.
“Quando você toma uma decisão sem
conversar com a sociedade e quando anuncia que existe uma imensa reserva de
ouro naquela região, a tendência é que tenhamos uma corrida do ouro para
aquelas florestas do Amapá e do Pará. Quando abre uma área de mineração, você
cria bolsões de pobreza, como existe em Carajás, além de provocar no entorno um
intenso desmatamento”, alertou Nilo.
Novo decreto
No início desta semana, após a
repercussão, o governo editou um novo decreto sobre a Renca, detalhando melhor
as áreas de proteção que não serão atingidas pela liberação da mineração. O
ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, disse que o decreto proíbe qualquer
tipo de extração mineral nos lugares da reserva onde também existem áreas
indígenas e de conservação.
A área de proteção foi criada em
1984 pelo governo de João Figueiredo, último presidente do período militar. Na
ocasião, foi definida a proteção da área de 47 mil quilômetros quadrados (km²),
em uma região entre os estados do Pará e do Amapá.
Desde então, pesquisa mineral e
atividade econômica na área passaram a ser de responsabilidade da Companhia
Brasileira de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico Brasileiro) ou de
empresas autorizadas pela companhia. Além do cobre, estudos geológicos apontam
a ocorrência de ouro, manganês, ferro e outros minérios na área.
Artistas
A atriz Christiane Torloni também
participou do ato e disse que é importante a presença de artistas para dar mais
visibilidade às causas sociais e ambientais. “Nós somos uma ferramenta de
utilidade pública. Aquilo que nós fazemos é para chegar na casa das pessoas,
para entreter, mas também para o despertar elas. Esse decreto foi assinado à
revelia de um país inteiro, fomos os últimos a saber. Mineração não rima com
sustentabilidade. Para chegar lá, fazer a mineração, escoar a produção, sabemos
o dano que isso vai causar”, disse Torloni.
O ator Victor Fasano também esteve presente e
defendeu a preservação da Amazônia como forma de garantir o equilíbrio no clima
mundial. “Com as mudanças climáticas, é importante as pessoas entenderem que,
enquanto a floresta estiver de pé, a gente consegue ainda algum equilíbrio no
clima. Não é possível [conciliar a mineração com a preservação ambiental]. Se
fosse na Noruega ou na Finlândia, a gente poderia ter certeza que as regras iam
ser seguidas. Aqui nós temos um histórico de desrespeito às leis ambientais.”,
disse Fasano.
(Fonte: Agência Brasil)
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