Temer diz que compreende reação contrária da indústria ao aumento de tributos
Preço dos combustíveis |
O presidente Michel Temer disse hoje (21) que compreende a
reação contrária de representantes do setor industrial ao aumento de tributos sobre os combustíveis, anunciado ontem (20) pela equipe econômica. Segundo
Temer “ninguém quer tributo”, mas o aumento é fundamental para manter o
crescimento do país e a meta fiscal.
Temer respondeu a perguntas de jornalistas especificamente
sobre a reação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que
divulgou nota criticando a medida e colocou novamente em frente ao prédio da
sede federação, em São Paulo, o pato amarelo inflável símbolo da campanha
contra o aumento de impostos. Para a Fiesp, aumentar impostos vai agravar a
crise em um momento que a atividade econômica dá sinais de retomada.
“É uma natural reação econômica, ninguém quer tributo. Quando
todos compreenderem que é fundamental para incentivar o crescimento, para
manter a meta fiscal, para dar estabilidade ao país e para não produzir nenhum
ato que seja fantasioso ou enganoso para o povo, essa matéria logo será
superada”, disse em entrevista após participar da sessão plenário da reunião de
Cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina.
E completou “Compreendo a reação da Fiesp, é mais que
razoável. Vamos dialogando, conversando, e aos poucos todos compreenderão, a
Fiesp inclusive”, disse.
Segundo Temer não está em discussão o aumento de outros
impostos. “Não há previsão disso [de aumento de outros impostos]. Por enquanto
a área econômica está atenta a isto apenas para esse aumento. Não sei se haverá
necessidade de mais ou não. Haverá naturalmente diálogo e observações sobre
isso, mas agora não”.
Reforma Trabalhista
Na entrevista, o presidente foi questionado se haverá algum
tipo de compensação aos sindicatos, uma vez que com a reforma trabalhista foi
extinto o pagamento do imposto sindical obrigatório. Temer respondeu que a tese
central da reforma é a da voluntariedade, do acordado sob o legislado.
Portanto, se no acordado for estabelecida uma contribuição voluntária, não
haveria problema algum. “Agora, não haverá nada impositivo em relação à
contribuição sindical”, disse.
Em relação à medida provisória que está em negociação para
alterar alguns pontos da reforma, o presidente disse que será necessário muito
diálogo e um trabalho conjunto entre as lideranças da Câmara e do Senado. “Veja
que o Senado aprovou a reforma trabalhista, mas acordaram certas modificações.
As lideranças do Senado haverão de trabalhar com as lideranças da Câmara e
fazer um esforço conjunto para um acordo também conjunto para que não haja
divergência. Essa é a tese que estamos sustentando e que a centrais sindicais
acolhem”, explicou.
(Fonte: Agência Brasil)
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