Presidente da Comissão de Agricultura da ALBA discute falta de pagamento do seguro-defeso aos pescadores baianos na Previdência Social e Escritório da Pesca
Fotos: Ascom Dep. Eduardo Salles. |
Na última quarta-feira (26), o
deputado estadual e presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia
Legislativa da Bahia, Eduardo Salles, participou de audiências na Previdências
Social e no Escritório Federal de Aquicultura e Pesca da Bahia, acompanhado
pelo ex-presidente da Federação dos Pescadores da Bahia, Zé Carlos da Pesca, o
presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira, o assessor técnico da empresa,
Marcos Rocha, e os presidentes das Colônias de Itapuã e Itaparica, Ari e
Carlinhos.
O grupo discutiu o problema da falta de
pagamento do seguro-defeso para cerca de 20 mil pescadores de camarão com o
gerente-executivo da Previdência Social, Alberto Sacramento, e a chefe do
serviço de atendimento, Sandra Rodrigues. Já no Escritório de Pesca, conversaram
com o coordenador Josafá Marinho. "
Nosso objetivo é buscar uma solução para a falta de pagamento dos pescadores
que deveriam ter recebido o valor entre
abril e maio do ano passado, mas não foi liberado. Este o ano, o cenário é o
mesmo", explica Eduardo Salles.
Na Bahia, anualmente, eram pagos cerca de R$
250 milhões em seguro-defeso, sendo cerca de R$ 100 milhões para os pescadores
de camarão. O pagamento era feito pelo Ministério do Trabalho e desde que o
repasse do seguro ficou sob a responsabilidade do INSS, houve a descontinuidade
dos pagamentos por problemas no cadastro. No campo de Registro Geral de
Atividade Pesqueira consta o termo "mariscos", e o INSS só considera
se estiver registrado "crustáceos".
"É um importante deixar claro que não estamos
defendendo pessoas que não são pescadores. Quem de fato está prejudicado com
essa situação, são vários pais e mães de famílias que não estão recebendo o
valor a quem têm direito", esclarece Salles.
Uma possibilidade para resolver o impasse
seria o recadastramento dos 114 mil pescadores baianos, mas esta alternativa
não é viável em função da falta de pessoal para realizar o trabalho. "Nas audiências que tivemos, pudemos
constatar que a coordenação de pesca trabalha com dois sistemas para lançamento
das informações, que foram desaprovados pelos órgãos de controle e estão
obsoletos . Além disso, possui apenas
duas servidoras para atender uma demanda que é muito grande", pondera o
parlamentar.
Eduardo Salles ainda ressalta que, por falta
de pagamento, os pescadores acabam realizando a pesca no período de reprodução
do camarão, o que acarreta em crime ambiental. "Em função dessa situação,
estamos diante da prática de dois crimes. O primeiro é o crime ambiental, pois
já que não recebem o seguro, os pescadores acabam realizando a pesca do camarão
no período que é proibido. O outro crime é social, pois, principalmente as
mulheres, que representam 80% dos pescadores de camarão, estão na linha de
pobreza e não conseguem receber o valor que têm direito e necessitam para
sobreviver", alerta.
"Após uma manhã inteira discutindo esta
situação, concluímos que a saída para solucionar este impasse deve ser
jurídica. É necessário garantir o pagamento dos pescadores", conclui.
ASCOM – Deputado Estadual Eduardo Salles
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