Esquema de Cunha criou 'escola do crime' para atuar no mercado
© Rodolfo Buhrer / Reuters Cunha nomeou indicações para trabalhar na Caixa e na Prece |
O ex-deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) é suspeito de ter iniciado um esquema no fundo de pensão do Cedae.
Quando a Caixa Econômica Federal assinou um convênio com o governo do Rio de
Janeiro, em 2007, o esquema se sofisticou. O acordo permitiu que Cunha ampliasse
o loteamento de cargos na diretoria e no Conselho Deliberativo da Cedae e da
Prece, nomeando operadores responsáveis por investimentos do fundo de pensão no
mercado financeiro.
De acordo com a reportagem do
jornal O Globo, o esquema possibilitou que o patrimônio da previdência
complementar da Cedae, a Prece, fosse explorado com operações de compra e venda
de papéis podres, superfaturamento na aquisição de materiais e investimentos
incompatíveis com a realidade do fundo.
As investigações indicam que,
após o convênio entrar em vigor, a Caixa cedeu à Prece o funcionário Milton
Luis de Araújo Leobons, próximo ao ex-deputado, para ocupar o cargo de diretor
de investimento do fundo de pensão. Cunha também conseguiu colocar Fabio Cleto,
um ex-parceiro de Funaro nas mesas de operações de São Paulo, na
vice-presidência da Caixa. A frente do esquema, Cunha conseguiu organizar para
que as operações crescessem em ritmo acelerado.
A reportagem aponta que, ao menos
cinco operadores foram escolhidos para atuar no mercado financeiro e receberam
treinamento e cursos de mestrado em institutos como IBMEC e FGV. O
“investimento” custou aos cofres da Prece cerca de R$ 370 mil.
Leobons foi o responsável de
organizar e patrocinar cursos de especialização para formar a “escola do
crime", como era chamado o time de jovens investidadores que atuariam sobe
sua coordenação na Prece.
No entanto, em 2010, a saga de
operações controversas capitaneadas por Leobons chamou a atenção com uma
transação de R$ 15 milhões na compra de papéis junto ao Banco Cruzeiro do Sul,
uma aplicação que deu errado e não tinha praticamente nenhuma garantia. Ele foi
denunciado à Previc, que fiscaliza os fundos de pensão, e punido com multa em
2014. Leobons e se tornou alvo de um processo de inabilitação para operar
aplicações do fundo. No entanto, seguiu à frente da Prece até março deste ano.
Leobons está atualmente inabilitado por tempo indeterminado de atuar em
qualquer tipo de operação financeira.
A reportagem tentou contato com,
mas não obteve autorização. A defesa de Cleto não foi localizada.
(Fonte: Noticias ao Minuto)
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