“AS PROVAS TRAZIDAS AOS AUTOS REFORÇAM QUE EM NENHUM MOMENTO O DESTINATÁRIO FINAL DA PROPINA ERA LOURES”, ASSINALA JANOT (FOTO: ESTADÃO CONTEÚDO)
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, afirma que a propina do grupo J&F ao presidente Michel Temer
poderia chegar ao montante de R$ 38 milhões em um período de apenas nove meses.
A informação consta da denúncia que Janot apresentou contra o presidente ao
Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva. O ex-assessor especial do
presidente, Rodrigo Rocha Loures, apontado como o homem da mala preta, também é
acusado.
Na noite de 28 de abril, Loures
foi flagrado por agentes da Polícia Federal correndo por uma rua de São Paulo
carregando uma mala estufada de propinas da JBS – 10 mil notas de R$ 50,
somando R$ 500 mil.
O dinheiro, afirma a
Procuradoria, foi oferecido por Joesley Batista, principal acionista da JBS, e
entregue ao homem da mala pelo executivo Ricardo Saud, diretor de Relações
Institucionais da J&F, controladora da JBS.
Joesley e Saud fizeram delação
premiada.
O procurador-geral está
convencido que o destinatário final do dinheiro era Temer. O procurador
assinala que Loures era ‘homem da estrita confiança do presidente, verdadeiro
longa manus do presidente’.
“As provas trazidas aos autos
reforçam a narrativa dos colaboradores de que em nenhum momento o destinatário
final da propina era Rodrigo Loures”, assinala Janot. “A vantagem indevida, em
verdade, destinava-se a Michel Temer, a quem os colaboradores e o próprio
Rodrigo Loures se referem como ‘chefe’ ou ‘Presidente'”, afirma Janot.
“O montante espúrio de R$ 500
mil, recebido por Rodrigo Loures para Michel Temer, foi viabilizado e
repassado, após aceitação, pelo próprio Rodrigo Loures, com vontade livre e
consciente, unidade de desígnios e comunhão de ações com Michel Temer, de uma
oferta de valores que poderiam chegar ao patamar de R$ 38 milhões ao longo de
aproximadamente 9 meses, prometido por Joesley Batista, por intermédio de
Ricardo Saud.” (AE)
(Informações: Diário do Poder)
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