Operação que prendeu ex-ministro investiga desvio na Copa de 2014
Arena das Dunas: a PF descobriu
suspeita de solicitação e o efetivo recebimento de vantagens indevidas por dois
ex-parlamentares (Wkimedia Commons/Divulgação)
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Brasília – A Polícia Federal
prendeu na manhã desta terça-feira o ex-ministro do Turismo e ex-presidente da
Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB) em operação deflagrada para
investigar desvios de 77 milhões de reais na construção do estádio de Natal
para a Copa do Mundo de 2014.
A investigação, desdobramento da
operação Lava Jato, descobriu suspeita de solicitação e o efetivo recebimento
de vantagens indevidas por dois ex-parlamentares cujas atuações políticas
favoreceriam duas grandes construtoras envolvidas na construção do estádio, de
acordo com comunicado da PF, que não identificou os suspeitos.
Uma fonte da Polícia Federal
disse à Reuters que um dos alvos é Henrique Eduardo Alves, que já foi preso
nesta manhã, e o outro é o também ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB),
que já está preso pela Lava Jato mas é alvo de novo mandado de prisão.
A PF informou em nota oficial que
cumpre no total cinco mandados de prisão preventiva, seis mandados de condução
coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do
Norte e Paraná como parte da operação.
“A partir das delações premiadas
em inquéritos que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), e por meio de
afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos, foram
identificados diversos valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre
os anos de 2012 e 2014, que na verdade consistiram em pagamento de propina”,
disse a Polícia Federal, acrescentando que os investigados responderão pelos
crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
Henrique Eduardo Alves, que era
aliado próximo ao presidente Michel Temer, foi ministro do Turismo da
ex-presidente Dilma Rousseff e voltou a ocupar o cargo no governo Temer, mas
pediu demissão do posto em meio à citação de seu nome por um delator da Lava
Jato.
Ao lado de Cunha, ele se tornou
réu na Justiça Federal do Distrito Federal em outubro do ano passado por
suspeitas de irregularidades envolvendo a Caixa Econômica Federal.
Recentemente, Henrique Eduardo Alves voltou a ter seu nome citado na delação de
executivos da JBS.
A operação desta terça-feira,
deflagrada pela PF em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita
Federal, recebeu o nome Manus, em referência, segundo a PF, a provérbio latino
“Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, que significa “uma mão esfrega a
outra, uma mão lava a outra”.
No mês passado, a Polícia Federal
prendeu dois ex-governadores do Distrito Federal e um ex-vice-governador que
era assessor especial de Temer em operação para investigar suspeita de desvio
de recursos das obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, para a
Copa do Mundo, com superfaturamento de até 900 milhões de reais.
Os dois estádios estão entre sete
arenas do Mundial sob suspeita de irregularidades com base em delações de
executivos de empreiteiras investigadas na operação Lava Jato. Além deles,
também são investigadas as obras na Arena Corinthians, em São Paulo; na Arena
Pernambuco, em Recife; na Arena Castelão, em Fortaleza; na Arena Amazônia, em
Manaus; e no Maracanã, no Rio de Janeiro.
(Fonte: EXAMA.com)
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