'Greve geral' é mobilização que precisa se reinventar para se tornar efetiva por Fernando Duarte
Foto: Divulgação/ CUT-BA |
Dificilmente esta sexta-feira (30) será um dia comum. Mais uma vez as centrais sindicais prometem uma paralisação geral nas principais cidades do país, porém o movimento ainda deve ficar restrito aos grupos mais à esquerda do espectro político – e olha que dirigentes dos sindicatos mais próximos à direita também devem participar, mas serão minoria. A capacidade de mobilização desse segmento social é cada vez menor e manifestações como as agendadas para hoje não conseguem se afastar do partidarismo político, ligadas especialmente ao PT e PCdoB, como também a PSOL, PSTU e PCO. O anúncio de que uma nova greve geral aconteceria no dia 30 de junho foi feito há mais de dois meses e, mesmo assim, não se vê mobilizações de pessoas comuns para participar do movimento. Até mesmo o ativismo de poltrona, mais associado a textões e eventos do Facebook, não encontra ampla repercussão. É óbvio que as pautas apresentadas pelas centrais sindicais são válidas e atingem uma parcela expressiva – talvez maioria absoluta – da população. Mas também tem ficado claro que essa promessa de greve geral provoca transtornos que não passam despercebidos para quem encara a situação de maneira diferente daqueles que estão nas ruas. Inclusive, ao convocar uma paralisação geral para uma sexta-feira, é delicado descontruir a ideia de feriado prolongado, pregada pelo patronato e pela massa menos politizada dos trabalhadores. A causa pode até ser justa, mas os meios de mobilização têm cada vez menos poder de dissuadir os governantes e os próprios trabalhadores sobre as pautas. E, enquanto não acontece uma reinvenção de movimentos paredistas, poucas conquistas devem se tornar realidade. Este trecho inclui o comentário para a RBN Digital, que foi veiculada às 7h e tem reprise às 12h30.
(Fonte: Bahia noticias)
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