Delação da JBS: Loures tornou-se contato entre Joesley e Temer
Foto: Brizza Cavalcante/ Agência
Câmara
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O anexo da delação do empresário
Joesley Batista, do grupo JBS, cita o deputado federal Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR), que foi chefe da assessoria parlamentar de Temer e foi filmado pela
Polícia Federal (PF) recebendo uma bolsa que continha R$ 500 mil – o dinheiro,
segundo Joesley, teria sido contrapartida de uma negociação de Loures junto ao
Cade, em nome da JBS, e Loures teria sido indicado por Temer para resolver o
problema. O contato de Joesley e Loures foi a solução após queda de Geddel, por
conta do escândalo envolvendo a construção do edifício La Vue, em Salvador
(lembre o caso), que o fez perder o canal de comunicação com Temer.
“Ocorreu-lhe, então, contatar o deputado federal Rodrigo Rocha Loures”, diz o
relatório. A troca de mensagens com o parlamentar teria começado no dia 4 de
março deste ano, com mensagens de áudio no aplicativo WhatsApp. Joesley diz
que, em contato com Loures, chamava Temer de “seu chefe”, sem oposição do
deputado. Em uma das mensagens, o deputado disse a Joesley que Temer tentou
contato com ele, mas não havia conseguido – segundo o relatório, o empresário
apresentou ao Ministério Público Federal um comprovante de chamadas não
atendidas em seu telefone. O sócio da JBS disse ter se encontrado com Loures no
dia 6 de março no Fasano, em São Paulo, no qual, manteve “um tom protocolar”,
para marcar o encontro com Temer, que aconteceu no dia seguinte, às 22h30, no
Palácio do Jaburu. Loures enviou mensagens de texto a Joesley com orientações
referentes ao encontro. O diálogo com Temer foi gravado pelo empresário, como
se descobriu na última quarta-feira (18), divulgado pela coluna de Lauro
Jardim, do jornal O Globo (clique aqui e ouça aqui o áudio da conversa). Loures
e Joesley voltaram a se encontrar nos dias 13 e 16: no primeiro dia, o deputado
visitou sua casa em São Paulo; no segundo, o parlamentar foi até sua casa em
Brasília, e recebeu o pedido de intermediação junto ao Cade. Segundo Joesley,
caso a negociação com o Cade desse certo, ele iria “abrir a planilha” e
creditar a Temer 5% don lucro. Ele lançaria outros valores destinados a Temer e
a Loures à medida que outras mediações fossem avançando, referente a energia de
longo prazo e destravamento de compensações de crédito de PIS/COFINS com
débitos de INSS. As condições teriam sido aceitas pelo parlamentar.
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