Mas a lista fechada não é a única alternativa para fugir do sistema proporcional

Lúcio Vieira Lima é presidente da comissão da reforma política | Foto: Bahia Notícias
Mas a lista fechada não é a única alternativa para fugir do sistema proporcional, atualmente em vigor no Brasil. Correntes no Congresso Nacional apoiam o distritão, no qual os candidatos com mais votos são eleitos. A proposta acaba com o quociente eleitoral, com os puxadores de votos e tem o apoio de Benito Gama (PTB-BA). "Hoje está polarizado [o debate] entre distritão e lista fechada. A briga interna dentro do partido vai tornar essa lista muito difícil. Essa lista aparentemente é fácil, mas não é", defendeu o parlamentar ao Bahia Notícias, ressaltando que o ideal é que o candidato faça campanha para o próprio candidato, não em favor do partido. Em maio de 2015, a Câmara chegou a rejeitar a proposta que instituía a lista fechada nas eleições para deputado federal, deputado estadual e vereador. Afonso Florence (PT-BA) lembra que o PT "sempre foi a favor da lista fechada" e estranha o fato de outros deputados mudarem de ideia. "Agora muitos políticos estão querendo voto em lista para se esconder, para não ir para o voto nominal", reclama. Florence sustenta ainda que o novo modelo poderia fortalecer a fidelidade partidária. "Se o parlamentar não for coerente com o mandato, vai haver instrumentos legais para destituí-lo. Hoje o parlamentar se comporta como se o mandato fosse dele", disse o deputado. Lúcio Vieira Lima lembra que de 2015 pra cá houve a mudança no modelo de financiamento de campanha, o que justifica a alteração no sistema eleitoral. "Você não pode manter o sistema atual com financiamento público", pontua. Maurício Ferreira da Silva concorda que a adoção da lista fechada exige outras modificações, mas o professor da UFRB aponta para mudanças ainda mais profundas. Para ele, o voto no partido deve vir acompanhado do fim do voto obrigatório, regras mais claras para o financiamento de campanha e debate sobre a quantidade de mandatos que um parlamentar pode exercer. "O grande problema da proposta é se ela surgir de forma isolada, sem pensar na reforma política de forma mais ampla", pontua. A comissão da reforma política na Câmara ainda nem chegou a apresentar um parecer. Até que os trabalhos do colegiado cheguem ao fim, ainda mais propostas podem entrar na pauta e mudar a forma como o eleitor se relaciona com seu voto.
(Fonte: Bahia noticias)

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