Maia defende reforma da Previdência sem flexibilizar proposta do governo
Rodrigo Maia e Henrique Meirelles se reúnem no Ministério da Fazenda |
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu hoje (3) a aprovação da reforma da Previdência sem flexibilização da proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional. Maia esteve no Ministério da Fazenda em reunião com o ministro Henrique Meirelles e o secretário de Previdência, Marcelo Caetano. Para o presidente da Câmara, a reforma será aprovada no plenário da Câmara na segunda quinzena de abril.
“Não viemos aqui tratar de flexibilização de ponto algum. Eu pedi reunião para discutir ponto a ponto toda a reforma da Previdência. Discuti com eles aquilo que tem gerado mais polêmica”, disse, ao sair do ministério.
Para Maia, a regra de transição gera polêmica. “A regra de transição vai ter polêmica sempre porque qualquer ponto que você faça alguém vai ficar fora.” O presidente da Câmara lembrou que, na semana passada, chegou a defender mudanças nas regras de transição, mas hoje foi convencido na reunião de que as alterações não são necessárias.
Rodrigo Maia disse ainda que a idade mínima de 65 anos para se aposentar já é uma regra prevista na Constituição, que também traz a alternativa de aposentadoria por tempo de serviço. “Nem acho que a idade mínima é um ponto polêmico porque você está caminhando primeiro para uma regra que já existe na Constituição, 65 anos. Já existe nos principais países no mundo. Todo mundo está vivendo mais. Todo mundo quer trabalhar mais”, afirmou.
O presidente da Câmara também defendeu a cobrança de trabalhadores rurais. “A aposentadoria rural tem pouca contribuição e representa R$ 100 bilhões dos R$ 150 bilhões do déficit da Previdência do Regime Geral. O governo não está propondo nenhuma taxação absurda nessas pessoas. É uma taxação mínima.”
Maia disse ainda que a proposta do governo para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência física e idosos “está na linha correta”. O BPC é um benefício assistencial no valor do salário mínimo concedido a pessoas com deficiência e idosos sem necessidade de contribuição. Para ter acesso ao BPC, é preciso comprovar renda familiar inferior a um quarto do salário mínimo vigente.
Na proposta de reforma da Previdência encaminhada ao Congresso, o governo propôs elevar de 65 para 70 anos a idade mínima para receber o BPC, além de desvincular seu valor do salário mínimo.
“O Benefício de Prestação Continuada não é Previdência, é assistência. E, como assistência, hoje ele consome, de forma correta, R$ 45 bilhões no Orçamento da União. É muito dinheiro para uma política social, que desde o governo Itamar [Franco] vem dando seus benefícios. Mas chegou um momento que precisa reorganizar também o BPC. A proposta que o governo encaminhou está na linha correta. Não adianta a gente achar que vai ter fórmula mágica. Qualquer despesa tem que ter receita para cobrir”, disse.
(fonte: Agência Brasil)
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