Entre fortalecer partidos e 'esconder' candidatos, voto em lista fechada ganha força
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
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Entre as diferentes formas de sistema eleitoral que podem ser
adotadas no Brasil, ganhou força nos últimos dias a lista fechada. Os
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE) e do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, declararam apoio à
proposta, que faz o eleitor escolher um partido - não em um candidato
específico - na votação para deputado federal, estadual e vereador. Entre os
parlamentares favoráveis à lista fechada, inclusive os baianos, é recorrente o
argumento de que a mudança fortaleceria a imagem dos partidos. "Ela
converge com a ideia de que quando o sujeito é obrigado a pensar no partido
político, ele também participa da vida do partido político. Ele também estaria
construindo as candidaturas", sustenta o cientista político da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia, Maurício Ferreira da Silva, em entrevista ao
Bahia Notícias. Por outro lado, opositores da ideia acreditam que ao fazer o
eleitor votar no partido, as legendas podem "esconder" eventuais
candidatos ligados a escândalos de corrupção. "Você talvez quisesse votar
no João, mas não quisesse votar na Maria. Como ele está ali junto com a Maria,
você não tem opção", ressalta Maurício. Presidente da comissão da reforma
política na Câmara, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), acredita que a
lista fechada é a melhor opção diante da proibição do financiamento privado de
campanha. "Sistema eleitoral e financiamento de campanha andam de braços
dados", afirma o parlamentar. Para ele a campanha política com o sistema
de lista fechada seria mais barata, adequando os investimentos em publicidade à
nova realidade de financiamento com dinheiro público. "Cada candidatura é
uma campanha. Se eu tenho cinco colegas do PMDB como candidatos, vão ser cinco
carros de som. Se for um voto em lista, vai ser um carro só", exemplifica.
(Fonte: Bahia noticias)
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