Primeiro registro científico de tarântula comendo cobra na natureza vem do Brasil

Foto: Reprodução
Imagine o mais elegante dos jantares. A refeição: uma cobra terrestre. Seu convidado: uma tarântula. Sem a necessidade de talheres, já que sua companhia para o jantar trouxe seus sucos digestivos com ela.

Este evento aconteceu durante uma tarde, por volta das 13h30 do dia 23 de outubro de 2015, na bela Serra do Caverá, em Santana do Livramento, município do Rio Grande do Sul a 498 quilômetros de Porto Alegre.

Uma equipe de cientistas se deparou com a refeição – uma Erythrolamprus almadensis morta, de 38 cm – se decompondo, com uma rocha que pendia sobre a cobra. Nossa querida convidada, uma grande tarântula Grammostola quirogai, estava sobre a presa, transformando o corpo da serpente em gosma com seu sistema digestivo externo.

É essa a história contada em uma pesquisa publicada no mês passado no periódico Herpetology Notes e noticiado pelo Live Science. Os cientistas mantiveram o cadáver da serpente.
As tarântulas ingerem muitas coisas grandes, e cientistas já as forçaram a comer cobras em cativeiro anteriormente. Eles viram outras aranhas comendo serpentes, também, como neste exemplo, na África do Sul. Mas, de acordo com o conhecimento de Leandro Malta Borges, autor da pesquisa, esta é a primeira vez que alguém observou isso acontecendo em um espaço aberto na natureza.

Borges, principal responsável pelo estudo e estudante de graduação na Universidade Federal de Santa Maria, já está acostumado a ver os jantares mais horríveis que possam ser imaginados. Encontrei seu nome em outras publicações na Herpetology Notes, sua fonte número um para artigos científicos de livre acesso sobre insetos comendo lagartos e anfíbios. Abaixo, você pode ver outro cenário que Borges teve o privilégio de estudar: a aranha Aglaoctenus oblongus mastigando uma perereca.

Aproveitando que estamos falando de jantares horríveis, aqui vai mais uma foto de um estudo publicado na Herpetology Notes, desta vez com uma "aranha pisauridae fêmea subjugando uma também fêmea Dendropsophus microps”, registrada por cientistas da Unesp, em 2012.

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