Luto e aflição sobre futuro do Brasil marcam velório de Teori
Futuro da relatoria dos processos da Operação Lava Jato e da composição da Corte Suprema foi pauta obrigatória nas declarações à imprensa e no papo no velório (Foto: Beto Barata/PR) |
A comoção sobre a perda trágica do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Teori Zavascki na queda de um avião em Paraty, na quinta-feira
(19), não foi o único sentimento comum às autoridades que estiveram
presentes ao velório, neste sábado. O futuro da relatoria dos processos
da Operação Lava Jato e da composição da Corte Suprema foi pauta
obrigatória nas declarações à imprensa e no papo entre os presentes.
Enquanto o presidente Michel Temer disse que vai esperar o STF
definir a relatoria da Lava Jato para indicar um nome para a vaga do
STF, o ministro Dias Toffoli e a presidente do STF Cármen Lúcia se
negaram a comentar, em meio à dor, os aspectos institucionais do futuro
do processo do maior escândalo de corrupção do Brasil.
Mas houve quem desse seu parecer sobre a sucessão de Teori no STF e
na relatoria das ações do petrolão. Um exemplo foi o ministro do STF
Ricardo Lewandowski afirmou que ainda não há nada decidido sobre o tema.
“O momento é de luto, questões institucionais serão decididas na hora
oportuna”, comentou durante o velório do colega. Segundo ele, o tema
será objeto de deliberação por parte da presidente do STF, Cármen Lúcia,
e do colegiado do tribunal.
O ministro Edson Fachin também disse que na próxima semana Cármen e o
colegiado do qual faz parte devem tratar do assunto. “Do que decorre da
vacância, o STF se ocupará o mais breve possível. Agora estamos com o
olhar voltado para o presente, para a perda de um amigo e colega”,
afirmou, durante o velório.
Responsável pela condução da Operação Lava Jato na Justiça Federal, o
juiz Sérgio Moro avalia que a definição do novo relator do caso no STF
deverá ser resolvida pela Corte de forma "institucional". "As
instituições estão funcionando. Vai ser resolvido institucionalmente.
Compete ao Supremo", disse Moro, após o velório.
O corpo do ministro de Teori Zavascki foi enterrado por volta das
18h15 no cemitério Jardim da Paz, na zona leste de Porto Alegre.
Emocionados, os filhos não contiveram o choro. O caixão desceu ao túmulo
sob os toques de clarin da guarda de honra do Regimento Osório do
Exército e uma salva de palmas dos presentes. A missa foi realizada pelo
arcebispo de Porto Alegre, Jaime Spengler.
(Fonte: Diário do Poder)
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