Família de cada preso morto pode receber R$50 mil. Já as famílias de suas vítimas...
Presos de Manaus exibindo armas antes de se matarem: as famílias de suas vítimas continuam desassistidas.
|
A Defensoria Pública do Amazonas deverá pedir que o governo do Estado
pague R$ 50 mil a cada uma das 64 famílias de detentos mortos em
unidades prisionais na semana passada. O pagamento, que deverá somar R$
3,2 milhões, já foi defendido pelo próprio Executivo diante do
entendimento de que a segurança das vítimas deveria ter sido garantida
pela administração estadual. As famílias das respectivas vítimas dos
criminosos nunca receberam qualquer indenização a pedido da Defensoria
Pública.
O defensor Carlos Alberto de Souza Almeida Filho, da 1ª Defensoria
Especializada de Atendimento de Interesses Coletivos, disse que o valor
foi estipulado com base em decisões anteriores do Supremo Tribunal
Federal (STF) em análise de casos similares. “Há um entendimento
pacífico entre a Defensoria Pública e a Procuradoria-geral do Estado. A
PGE já se manifestou formalmente que compreende pela responsabilidade
civil do Estado. Isso por conta da compreensão do Supremo Tribunal
Federal (STF) em repercussão geral a respeito da responsabilidade quanto
à integridade de encarcerados”, disse.
De acordo com Almeida, os precedentes variam de R$ 35 mil a R$ 100
mil, sendo o de R$ 50 mil mais adequado ao caso. "O padrão razoável
aguardado em relação à indenização são aqueles que apontam, com base na
similaridade, para os R$ 50 mil. Mas isso ainda não está formalizado
porque precisamos da concretização pelo Estado do Amazonas", disse.
O
defensor público-geral, Rafael Barbosa, acrescentou que em alguns casos
poderá ser definido pagamento de pensão. O órgão deve começar a receber
na próxima semana familiares das vítimas para coletar documentos e
formalizar o valor. A reportagem não conseguiu contato com o governo na
noite desta quinta-feira.
Em manifestação na semana passada, o governador José Melo (PROS)
havia determinado a atuação da PGE no assunto. Em nota, a administração
havia informado que a procuradora-geral, Heloysa Simonetti, tinha
iniciado os trabalhos e pretendia se reunir com a direção da Secretaria
de Administração Penitenciária (Seap) e membros da Defensoria Pública
para desenvolver os procedimentos a serem seguidos até o pagamento das
indenizações.
(Fonte: Diário do Poder)
Comentários