Estados do Norte aceitam Exército em prisões e pedem mais miltares em fronteiras
Após participar de reunião com o presidente Michel Temer
e outros representantes de estados do Norte e do Centro-Oeste, o
governador de Rondônia, Confúcio Moura, disse que a única solução para
combater o tráfico de drogas e armas de outros países para o Brasil é a
atuação do Exército nas fronteiras.
Ele disse ainda que, nesta
quarta-feira (18), um pedido será encaminhado ao governo federal para
que os militares atuem mais incisivamente nas dividas dos estados com
outros países, evitando o transporte e contrabando de objetos proibidos.
No mesmo documento, será formalizada a solicitação dos governadores de
nove estados para que as Forças Armadas também atuem na revista de presos no interior das penitenciárias, após autorização feita ontem pelo presidente.
De
acordo com o governador, Temer ficou de conversar com o ministro da
Defesa, Raul Jungmann, sobre a proposta das ações do Exército nas
fronteiras. Confúcio Moura ressaltou, porém, que a proposta precisa de
uma “logística e tempo de planejamento”. Já sobre as atividades nas
penitenciárias, ele disse crer que a medida em que os estados
solicitarem o reforço, o governo federal poderá disponibilizar.
“A
única solução é o Exército nas fronteiras. A situação é de segurança
nacional. Há necessidade justificada de manutenção da ordem e paz. Então
o Exercito nas fronteiras é o grande pedido dos governadores presentes
hoje e o presidente prometeu atender”, afirmou.
Participaram do
encontro os governadores e secretários de segurança pública do Acre,
Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia,
Amapá e Pará.
De acordo com o governador, o governo federal
também se comprometeu a bancar diárias para que policiais militares
exerçam a segurança nas ruas junto com o efetivo da Força Nacional.
Confúcio Moura explicou que os integrantes das forças estaduais poderão
optar por trabalhar em seus períodos de folga, recebendo essas diárias,
na proporção de dois policiais para cada homem da Força Nacional.
Questionado
por jornalistas se a crise no sistema penitenciário, que já causou mais
de 100 mortes nos primeiros dias do ano coloca o estado de Rondônia com
a “corda no pescoço”, ele foi enfático. “Todos estados estamos. Ninguém
dorme um sono tranquilo. É o famoso equilíbrio instável. Os comandos,
as facções se organizaram muito. O Estado foi tardio na tomada de
decisões e agora estamos trabalhando em cima do caos instalado. Então
realmente é um caso de urgência e emergência”, afirmou.
Embora
tenha anunciado, em nome dos nove estados que participaram da reunião, a
assinatura do termo de compromisso do Plano Nacional de Segurança
Pública, Confúcio garantiu que os governos estaduais não têm condições
de vincular um percentual mínimo a ser gasto com segurança pública, a
exemplo do que ocorre atualmente com a saúde e a educação.
“Os
estados já bancam quase tudo sozinhos”, afirmou, completando que caso
haja avanços nas tecnologias para construção de presídios, como o modelo
de estruturas pré-moldadas, será possível se comprometer com a entrega
de unidades prisionais mais rapidamente, em torno de seis meses.
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
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