STF mantém Renan Calheiros na presidência do Senado
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
nesta quarta-feira (7) manter o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) como
presidente do Senado, com a ressalva de que ele não poderá assumir a
Presidência da República em caso de sucessão ou substituição. O tribunal
manteve apenas parcialmente a liminar do ministro Marco Aurélio Mello,
que afastava Renan do cargo em função da condição de réu em processo
penal no próprio STF.
Dos nove ministros que participaram da votação da liminar, seis
defenderam a interpretação que acabou prevalecendo. Ela partiu de uma
divergência do ministro Celso de Mello, que, ao antecipar o voto,
salientou que Renan deve manter a “titularidade funcional” do cargo de
presidente do Senado. Apenas a atribuição de substituir o presidente da
República, em caso de ausência dele e do presidente da Câmara dos
Deputados, deve ser retirada em função da condição de réu, disse o
decano do STF.
No início de novembro, a maioria do Supremo concordou, em análise de
uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), que
indivíduos que sejam réus não podem integrar a linha de sucessão da
Presidência. A votação não foi concluída em função de pedido de vista do
processo pelo ministro Dias Toffoli.
A decisão majoritária, segundo os ministros que a apoiaram, mantém a
coerência com a posição já estabelecida no julgamento da ADPF ao mesmo
tempo que evita “ingerência” do Judiciário em assuntos do Legislativo — a
escolha do presidente do Senado. Outro argumento foi o de que a liminar
de Marco Aurélio Mello careceria de urgência, uma vez que o mandato de
Renan Calheiros na presidência da Casa está perto do fim (encerra-se no
dia 1º de fevereiro de 2017) e não há perspectiva imediata de que ele
venha a substituir o presidente da República, Michel Temer (antes de
Renan na linha sucessória está o presidente da Câmara, Rodrigo Maia).
A posição de Celso de Mello foi referendada pelos ministros Teori
Zavascki, Dias Toffoli, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski — além da
presidente do STF, ministra Cármem Lúcia. Os votos que acompanharam
Marco Aurélio Mello e a favor da integralidade da liminar partiram dos
ministros Edson Facchin e Rosa Weber. Os ministros Gilmar Mendes (em
viagem) e Roberto Barroso (que se declarou impedido) não participaram da
votação.
A tese de manutenção de Renan no cargo com impedimento de participar
da sucessão presidencial foi sustentada, antes da votação, pelo
advogado-geral do Senado, Alberto Cascais. Ele também pediu a anulação
do processo, que voltaria ao início, porque o Senado não pôde se
manifestar em suas fases anteriores. Esse pedido, porém, não foi
acolhido.
Já o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a íntegra
da liminar e pediu que o STF afastasse Renan do cargo de presidente.
(Fonte: Agência Senado)
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