PF apura esquema que envolve royalties de exploração mineral em 11 estados e DF
Foto: Divulgação PF |
A Polícia Federal realiza outra operação na manhã desta
sexta-feira (16) em 11 estados e no Distrito Federal, tendo como alvo
uma organização criminosa investigada por um esquema de corrupção em
cobranças judiciais de royalties da exploração mineral – que é 65% da
chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais
(CFEM), destinada aos municípios. As buscas são em Bahia, Distrito
Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Cerca de 300
policiais federais participam da ação, para cumprir 29 conduções
coercitivas, 4 mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão
temporária. Foi determinado também o sequestro de três imóveis e
bloqueio judicial de valores depositados que podem somar R$ 70 milhões.
Os municípios envolvidos deverão, por ordem judicial, deixar de realizar
quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de
advocacia e consultoria investigados. Até o atual estágio das
investigações, a organização criminosa se dividia em ao menos 4 grandes
núcleos. O núcleo captador é composto por um diretor do Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM) e sua esposa, que faziam a captação
de prefeitos interessados em entrar no esquema. O núcleo operacional
reunia escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da
esposa do diretor do DNPM, que fazia repasses de valores indevidos a
agentes públicos. O núcleo formado por agentes políticos e servidores
públicos contratava os escritórios de advocacia integrantes do esquema e
o núcleo colaborador auxiliava na ocultação e dissimulação do dinheiro.
Entre os investigados pelo apoio à lavagem do dinheiro está uma
liderança religiosa, que recebeu dinheiro do principal escritório de
advocacia responsável pelo esquema. A PF investiga se o líder religioso
“emprestou” contas correntes de uma instituição religiosa sob sua
influência para ocultar a origem ilícita dos valores. Batizada de
Operação Timóteo, a apuração começou em 2015, quando a então
Controladoria-Geral da União (CGU) enviou à PF uma sindicância que
apontava incompatibilidade no crescimento do patrimônio de um dos
diretores do DNPM. Estima-se que ele pode ter recebido valores que
ultrapassam os R$ 7 milhões. Segundo a PF, os valores recolhidos a
título de CFEM chegaram a quase R$ 1,6 bilhão. O nome da operação faz
menção à trecho do livro de Timóteo, na Biblía: “Os que querem ficar
ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados
e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na
destruição”.
(Fonte: Bahia noticias)
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