Morre aos 95 anos dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo
(Foto: Reprodução youtube |
Conhecido pela militância durante o regime militar e pela atuação em
prol dos direitos humanos, o arcebispo emérito da Arquidiocese de São
Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, morreu na manhã desta quarta-feira (14),
aos 95 anos. Ele estava internado desde o dia 28 de novembro no
Hospital Santa Catarina com uma broncopneumonia. O arcebispo dom Odilo
Scherer, da Arquidiocese de São Paulo, lamentou a nota do cardeal em
nota oficial. “Louvemos e agradeçamos ao "Altíssimo, onipotente e bom
Senhor" pelos 95 anos de vida de Dom Paulo, seus 76 anos de consagração
religiosa, 71 anos de sacerdócio ministerial, 50 de episcopado e 43 anos
de cardinalato. Glorifiquemos a Deus pelos dons concedidos a Dom Paulo,
e que ele soube partilhar com os irmãos. Louvemos a Deus pelo
testemunho de vida franciscana de Dom Paulo e pelo seu engajamento
corajoso na defesa da dignidade humana e dos direitos inalienáveis de
cada pessoa”, afirmou. Nascido em Forquilhinha (SC), filho de imigrantes
alemães, Arns ingressou na Ordem Franciscana em 1939. Ele atuou como
bispo e arcebispo de São Paulo nas décadas de 1960 e 1970, com amplo
trabalho social na zona norte da capital paulista. Formado em teologia,
filosofia, letras e pedagogia (as duas últimas na Sorbonne, em Paris), o
líder religioso tem 57 livros publicados. Em 1971, começou a se
destacar na luta contra a ditadura, quando denunciou a prisão e tortura
de dois agentes de pastoral: o padre Giulio Vicini e a assistente social
Yara Spadini. Ele foi também o celebrante do ato ecumênico em homemagem
ao jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado em 1975, no
DOI-CODI, em São Paulo. Com sua irmã, Zilda Arns, foi fundador da
Pastoral da Criança, em 1985. Ao longo de sua vida, recebeu diversas
condecorações, como o Prêmio Nansen do Alto Comissariado da ONU para
Refugiados (Acnur), o Prêmio Niwano da Paz (Japão), e o Prêmio
Internacional Letelier-Moffitt de Direitos Humanos (EUA).
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