Lewandowski trava regra de indicação ao TSE
Segundo fontes do STF, existem pressões internas para que Lewandowski libere a representação. (Foto: STF) |
Repousa desde março de 2012 em uma gaveta do ministro Ricardo
Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma resolução de emenda
regimental que altera a forma de escolha dos ministros juristas que
compõem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A substituição de dois dos sete ministros do TSE ainda no primeiro
semestre do próximo ano é vista como um trunfo do governo contra a
ameaça de cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
Atualmente, o STF se restringe a encaminhar para o presidente da
República uma lista tríplice com nomes de juristas com “notável saber
jurídico e idoneidade moral” pré-elaborada pelo próprio TSE.
Em abril e maio de 2017 vencem os mandatos dos ministros Henrique
Neves e Luciana Lóssio, ambos indicados por Dilma. Os mais cotados para
assumir as vagas são Admar Gonzaga Neto, ligado ao PSD do ministro
Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), e Tarcisio Vieira Carvalho Neto,
próximo ao PMDB do senador Eunício Oliveira (CE). A escolha vai caber
ao presidente Temer.
Interlocutores do presidente dizem que ele espera essa indicação para
garantir uma margem folgada no TSE caso a cassação da chapa vá a
julgamento. A estratégia do governo é empurrar o caso até maio, quando
Temer poderá ter maioria folgada no colegiado indicando dois novos
integrantes da corte.
Estratégia
Se aprovada a proposta de mudança regimental feita pelo então
presidente do STF Cezar Peluso, em 2012, o governo seria obrigado a
mudar de estratégia.
Pela proposta cada um dos 11 ministros da Corte indicaria dois
advogados eleitorais com pelo menos dez anos de experiência. Então os
ministros fariam uma eleição interna e os três mais votados seriam
submetidos à escolha de Temer.
Entre os críticos da fórmula atual está a ministra Cármen Lúcia,
presidente do STF. O ministro Marco Aurélio Mello chegou a adiantar seu
voto favorável à mudança, mas Lewandowski pediu vista.
Segundo fontes do STF, existem pressões internas para que Lewandowski
libere a representação e a mudança seja votada na primeira sessão
administrativa de 2017. Procurado por meio de seu gabinete, o ministro
não explicou por que pediu vista em março de 2012 de uma resolução que
tem apenas sete linhas e até hoje não liberou o processo. (AE)
Fonte Diário do Poder
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