Jucá nega recebimento de propina e diz que MP quer criminalizar doações
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado |
Após ser citado na delação do ex-diretor da Odebrecht Marcelo Mello
Filho, o senador Romero Jucá (PMDB) afirmou que o Ministério Público
quer criminalizar as doações eleitorais e avaliou que o vazamento dos
depoimentos criam ambiente para a aprovação da lei de abuso de
autoridade – o projeto recebeu forte rejeição do Judiciário, afetado
caso a matéria vingue. “Aquelas palavras não são construções do Cláudio
Mello, e sim do Ministério Público que quer criminalizar doações
eleitorais.
Estão tentando dizer que a Odebrecht tinha interesses e
comprou medidas provisórias e sanções presidenciais. Eu me sinto vítima
de armação. Minha função como líder tem sido discutir medidas, fazendo
uma ponte entre governo, Congresso e setor econômico. Sempre fiz
articulação, é a função do líder”, argumentou em entrevista ao jornal O
Globo. “Dizer que entro nas discussões com o objetivo de receber alguma
coisa é uma afirmação criminosa”, completou. Jucá nega ter recebido R$
22 milhões em pagamentos referentes a projetos que beneficiariam a
Odebrecht.
“Dizer que recebi R$ 22 milhões é uma loucura, um absurdo. Ao
PMDB nacional, de 2012 a 2016, a Odebrecht e a Brasken deram R$ 38
milhões e esse dinheiro foi distribuído para as campanhas. Não é nem R$
22 milhões, é mais. A Odebrecht também doou para eventos de juízes. O
que queria em troca? Estava dando dinheiro para pagar sentenças? Se toda
a relação que se tem com as pessoas há dinheiro envolvido, zera tudo”,
afirmou.
O peemedebista contou que está fazendo um levantamento dos
projetos para demonstrar que não há um texto específico que beneficie a
empreiteira. “Minha tarefa sempre foi fazer essa ponte com o setor
econômico estando ou não na MP. Meu gabinete é um centro de recebimento
de confederações, empresários, empresas. Minha tarefa é ouvir os lados e
tentar harmonizar as posições. Todas as medidas que aprovamos foram em
acordo com governo e área econômica. Ser chamado de resolvedor da
República é elogio”, disse, em menção à forma como foi citado pelo
executivo.
(Informações: Bahia noticias)
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