Oposição e movimentos sociais entregam 2º pedido de impeachment de Temer
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil |
Sem a presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
oposição e movimentos sociais protocolaram na manhã desta quinta-feira
(8) o segundo pedido de impeachment do presidente da República, Michel
Temer. Maia, que receberia o requerimento pessoalmente, foi para o
Palácio do Planalto e nenhum membro da Mesa Diretora recebeu o pedido de
abertura do processo de afastamento. Sob protestos da oposição e dos
movimentos, o pedido foi entregue ao Secretário Geral da Mesa, o
servidor Wagner Padilha. "Nenhum deputado teve a dignidade de receber",
criticou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner
Freitas. O grupo esperou por mais de meia hora a chegada de Maia e,
insatisfeitos com a espera, transformaram o gabinete da presidência da
Câmara em palco de protesto pelo "Fora Temer, Diretas Já". Apoiado por
PT e PCdoB, o pedido de impeachment se baseia na acusação de que o
presidente da República cometeu crime de responsabilidade ao patrocinar a
advocacia administrativa no episódio envolvendo os ex-ministros Marcelo
Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Governo). Os juristas que
ajudaram a elaborar o documento dizem que Temer atuou para resolver um
problema privado de Geddel ao trazer para o governo o imbróglio
envolvendo a liberação para construção de um prédio em Salvador (BA),
onde Geddel comprou um imóvel. "O presidente atuou de forma indecente
para proteger um subordinado", declarou o professor da Universidade de
Brasília, Marcelo Neves. O grupo pregou não só o afastamento de Temer
como a aprovação de uma proposta que permita a eleição direta para
presidente da República. Em discurso, o professor da UNB disse que o
País não pode ter outro presidente biônico se Temer for afastado.
"Queremos diretas já! O povo brasileiro quer votar", defendeu. O pedido
de impeachment é assinado por Alexandre Conceição (MST), Carina Vitral
(UNE), Carolina Tokuyo (Fora do Eixo), Carolina Proner (jurista),
Clayton (Mídia Ninja), Denildo (Comunidades Negras Rurais Quilombolas),
Edson da Silva (Intersindical), Gabriel dos Santos (ANPG), Guilherme
Boulos (MTST), Ivanete Oliveira (Unegro), Juvelino Strozacke (jurista),
Leonardo Yarochevsk (jurista), Luana Pereira (Levante Popular), Lúcia
Rincón (UBM), Marcelo Neves (jurista), Raimundo Bonfim (CMP), Sonia Bone
(APIB) e Vagner Freitas (CUT). O primeiro pedido de afastamento após o
episódio Geddel foi apresentado pelo PSOL. O requerimento até hoje não
foi analisado pela presidência da Câmara.
por Daiene Cardoso | Estadão Conteúdo
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