É preciso postergar a concessão da aposentadoria, diz Temer sobre idade mínima
O presidente Michel Temer defendeu a adoção de uma idade mínima para
que a aposentadoria continue a ser paga aos trabalhadores nesta e nas
próximas gerações. Estipular uma idade mínima para a aposentadoria de 65
anos é considerado como certo pelos responsáveis pela elaboração das
propostas.
Em um discurso firme sobre a necessidade de se fazer
uma reforma ampla, Temer disse a senadores e deputados que a reforma da
Previdência a ser encaminhada amanhã (5) ao Congresso será "amplamente
debatida" durante sua tramitação no Legislativo.
"Manter
sustentável a Previdência exige induvidosamente uma reforma, sob pena de
colocar em risco recebimento de aposentadoria, pensões e demais
benefícios previdenciários desta e das próximas gerações. Temos longa
experiência no Parlamento e sempre fizemos pequenas reformas. Chega de
pequenas reformas", disse Temer. "É preciso postergar a concessão da
aposentadoria. Isso só pode ser feito pelo estabelecimento de uma idade
mínima. Se o sistema se mantiver nos parâmetros atuais, a conta não
fecha".
Citando exemplos econômicos e políticos para a
necessidade das mudanças, Temer disse que a idade média de aposentadoria
por tempo de contribuição é hoje de 54 anos. "O segurado permanece mais
de 20 anos recebendo e ainda pode deixar pensão para os seus
dependentes. Em alguns grupos o tempo de gozo do benefício é superior ao
tempo de contribuição", disse.
De acordo com o presidente, as
novas regras valerão "integralmente" para os mais jovens, mas haverá uma
transição para os trabalhadores com 50 anos ou mais. Temer lembrou
também que os que já completaram o tempo de serviço mínimo "não precisam
se preocupar", porque não serão atingidos.
Temer e a equipe
econômica do governo conduzem neste momento uma reunião com os líderes
da base aliada na Câmara e no Senado para apresentar a reforma da
Previdência. O texto com a proposta será encaminhado nesta terça-feira
(6) ao Congresso Nacional. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também
participa do encontro.
No início da noite, o ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, vai comandar uma reunião com as centrais
sindicais para apresentar a elas o texto. Antes, estava previsto que
Temer também presidiria a conversa com os representantes dos
trabalhadores, mas de acordo com a assessoria de imprensa do Planalto,
há a possibilidade dele participar, mas a condução dos trabalhos será
feita por Padilha. No fim de outubro, por meio do porta-voz Alexandre
Parola, Temer havia dito que só encaminharia o texto após "diálogo amplo" com a sociedade.
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