A pedido de Dilma, Odebrecht pagou R$ 4 milhões, não declarados, a Gleisi
O empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht já informou aos procuradores da
Operação Lava Jato, em preliminares do depoimento do acordo de delação
premiada, que repassou à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) mais de R$ 4
milhões não declarados para saldar dívidas de sua campanha ao governo do
Paraná em 2014, a mando da então presidente da República, Dilma
Rousseff. Segundo a revista ISTOÉ, o dinheiro saiu do setor de Operações
Estruturadas da Odebrecht, conhecido como o “departamento de propina”.
Segundo a revista, Gleisi pediu socorro a Dilma depois de ficar
apenas em terceiro lugar nas eleições. O PT negou-lhe ajuda por
priorizar candidatos competitivos, que ainda precisavam de apoio
financeiro para seguir na disputa pelo segundo turno.
Compadecida e em retribuição à fidelidade incondicional devotada pela
paranaense durante os anos de trabalho no Executivo e depois também no
Legislativo, como senadora, Dilma, então, resolveu ajudar Gleisi.
Segundo a publicação, o primeiro passo da presidente foi procurar o
intermediador da negociação: o tesoureiro de campanha, Edinho Silva
(PT), hoje prefeito eleito de Araraquara (SP), e homem forte do
ex-presidente Lula. Na conversa com Edinho, Dilma explicou a situação de
Gleisi e disse que não haveria outra saída senão procurar a Odebrecht.
Dias depois, Edinho recebeu a visita de Fernando Migliaccio Silva –
um dos executivos responsáveis por comandar o “departamento de propina”
da empreiteira – e, junto com ele, o acerto do recurso à senadora
petista.
Marcelo deu início aos tão aguardados depoimentos à
Procuradoria-Geral da República na última semana. Antes de fechar o
acordo, o empreiteiro afirmou que o ex-presidente Lula recebeu propina
da Odebrecht em dinheiro vivo.
O depoimento faz parte de um inquérito sigiloso que começou a correr
em primeira instância, mas devido à aparição de Gleisi no caso, que tem a
prerrogativa de foro por ser senadora, a investigação foi enviada na
primeira semana de novembro para o Supremo Tribunal Federal. Está nas
mãos do ministro relator da Lava Jato, Teori Zavascki.
(Fonte: Diário do Poder)
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