Vírus Mayaro deve chegar a áreas urbanas do Brasil no verão, alerta pesquisador por Renata Farias
Foto: PAHO/ WHO |
A chegada do vírus Mayaro às áreas urbanas do Brasil é uma
preocupação já para o próximo verão, de acordo com o pesquisador da
Universidade Federal da Bahia (Ufba) Gúbio Soares, pioneiro na
descoberta do Zika no Brasil. "Já existe um alerta de que ele pode
aparecer no Brasil, na área urbana. Ele já havia sido identificado em
florestas no Brasil, mas o alerta é com relação à área urbana", afirmou
em entrevista ao Bahia Notícias. "Como o homem tem destruído e invadido
as florestas, ele pode aparecer na área urbana". O vírus, que causa a
Febre do Mayaro, foi recentemente identificado em uma criança no Haiti. A
doença é similar à chikungunya, com sintomas como febre, manchas
vermelhas, dor de cabeça e nas articulações. Apesar do novo alerta, os
vírus responsáveis pelo surto registrado neste ano ainda preocupam as
autoridades. Na última quinta-feira (10), o Ministério da Saúde pontuou
que a chikungunya deve ser o maior problema de saúde da próxima estação (saiba mais).
Gúbio Soares explicou que a avaliação está relacionada ao baixo número
de casos da doença, em comparação com dengue e zika. "A população não
deve estar totalmente infectada com chikungunya, e o vírus está
circulando na cidade. Isso pode aumentar no verão, com o sol quente e a
quantidade de mosquitos. Pode ter um surto muito grande de chikungunya
no país, inclusive em Salvador, porque a população não teve muito
contato e o Índice de Infestação Predial está muito alto", ponderou.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o Levantamento de Índice
Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) mostrou que, a cada 100 imóveis
visitados, cerca de dois apresentaram focos do mosquito (veja aqui).
Mesmo com o grande número de casos registrados, o pesquisador ressaltou
que o surto de 2016 foi esperado, assim como já se espera para o
próximo ano. Boletim da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) aponta que,
até 18 de outubro, foram registrados no estado 56.206 casos suspeitos
de zika, 49.200 de chikungunya e 64.498 casos prováveis de dengue.
(Informações: Bahia Noticias)
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