‘Tombei’: Geddel sai enfraquecido do Planalto e perde força no xadrez político de 2018 por Fernando Duarte
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil |
“Baguncei a divisão, esparramei/ Peguei sua opinião, um, dois,
pisei”. Expoente da geração tombamento, Karol Conká resume a situação
política do agora ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira
Lima. De homem forte do Palácio do Planalto, cujas opiniões eram ouvidas
e propagadas como as percepções do presidente Michel Temer do cenário
político, Geddel tombou junto com a obra do La Vue, epicentro da
denúncia de tráfico de influência feita pelo ex-ministro da Cultura,
Marcelo Calero. O peemedebista baiano caiu nesta sexta-feira (25) de
forma melancólica, após quase sete dias sangrando o núcleo duro
palaciano. A obra do La Vue, na Ladeira da Barra, segue embargada pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e
suspensa por decisão judicial. Por enquanto, além do adeus ao
ministério, Geddel se despediu do apartamento do La Vue. E deve também
começar o exercício de desprendimento para a eventual pretensão de ser
candidato ao governo da Bahia nas eleições de 2018 – rechaçada até
então, porém nunca completamente descartada pelo herdeiro de Afrísio
Vieira Lima. No xadrez político baiano, a proeminência de Geddel na
função de ministro de Estado o alçava à condição de postulante a
concorrer ao Palácio de Ondina em 2018. O mais velho do clã Vieira Lima
iria disputar a indicação na atual configuração política com o prefeito
de Salvador ACM Neto (DEM) e, como ministro, poderia – ainda que
remotamente – desbancar o favoritismo apontado até então para o gestor
da capital baiana. Com a queda do ministério, Geddel sai enfraquecido do
plano nacional e, ainda que consiga manter o capital político na Bahia,
teve a imagem arranhada. Nas urnas, a última vitória dele foi em 2002. E
foram duas derrotas consecutivas para o governo, em 2010, e para o
Senado, em 2014. Aliado, o prefeito de Salvador teve uma porta fechada
em Brasília com essa saída, mas não deve reclamar do momento de baixa
vivenciado pelo peemedebista, pois fica cada vez mais isolado no
protagonismo do cenário baiano. Geddel levou muito a sério Conká: “Já
que é pra tombar/ Tombei!”.
(Fonte: Bahia noticias)
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