Senadores da oposição vão ao STF pedir suspensão da PEC do teto
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado |
Parlamentares da oposição entraram com um mandado de segurança no
Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (17) pedindo a
suspensão de tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do
teto dos Gastos Públicos no Congresso. Os senadores Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE) dizem que a
medida "estrangula" a independência financeira do Legislativo e do
Judiciário. O caso será analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso. O
Senado deu início nesta quinta as discussão da PEC. Segundo o regimento
interno da Casa, são necessárias cinco sessões ordinárias para contar
prazo para a votação. A apreciação em primeiro turno da proposta está
marcada para 29 de novembro. A votação final deve ser em 13 de dezembro.
Para os parlamentares, o estabelecimento de limites de despesas
primárias nas próximas duas décadas, com base na despesa de 2016,
corrigida pela inflação, é "medida draconiana" que "estrangula e mitiga a
independência e a autonomia financeira do Legislativo, do Judiciário,
do Ministério Público e da Defensoria Pública da União", na medida em
que impõe o congelamento dessas despesas. Eles alegam que qualquer
perspectiva de ampliação da atuação desses órgãos fica inviabilizada
pelos próximos 20 anos caso a PEC seja aprovada. Os parlamentares
consideram que a medida de contingenciamento também comprometerááreas
como saúde e educação, o que violaria o princípio da razoabilidade.
Outra área que seria afetada, segundo eles, é a da segurança pública,
especialmente o sistema prisional, com o risco de agravamento de um
cenário considerado alarmante. Os senadores dizem ainda que a PEC propõe
a alteração no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT),
pois tenta introduzir "regras permanentes travestidas de temporárias". O
mandado também aponta violação ao voto, sustentando que a PEC impede o
Congresso de participar ativamente da alocação de recursos
orçamentários. "Nas próximas cinco legislaturas a partir de 2017 e até
2036, os representantes da população na Câmara dos Deputados e os
representantes dos estados e do Distrito Federal no Senado Federal,
eleitos democraticamente pelo povo, sabem que exercerão um mandato
fracionado, amputado, em que lhes é interditado debater o teto de gastos
linear e tecnocraticamente fixado pela PEC 55", afirmam.
(Informações: Bahia noticias)
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