‘Se chama governo de coalizão, mas na verdade é cooptação’, diz Lúcio sobre reforma política
Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias
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O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) prevê muitos
desafios a serem trabalhados na Comissão de Reforma Política da Câmara. O
grupo, presidido pelo peemedebista baiano, terá que encontrar
alternativas para o financiamento das campanhas e a forma de eleição dos
parlamentares, mas a falta de ideias convergentes pode atrapalhar o
avanço da discussão. “O principal desafio é aprovar a reforma política.
[...] Essa eleição deixa claro que está totalmente esgotado. E isso é um
consenso. Todo mundo sabe que precisa de modificações. O consenso sobre
o esgotamento já há. O difícil é chegar ao consenso de quais mudanças”,
avaliou. Em entrevista ao Bahia Notícias, Lúcio alerta sobre casos em
que negociações se tornam “negociatas” e diz que a quantidade de
partidos políticos gera distorções nas gestões do país. “Os partidos
políticos menores são contra uma eventual cláusula de barreira. Por
outro lado, tem a queixa da sociedade de que tem muito partido político e
isso atrapalha. A queixa dos ocupantes de cargo do Executivo é no
sentido de que isso implica no tal fisiologismo em nome da
governabilidade. Porque você não tem ninguém que chegue ao poder, quer
seja presidente ou governador, que tenha um partido que se apresente
como maioria para aprovar as medidas necessárias”, explica. Além da
quantidade de legendas, a possibilidade de reeleição também é um ponto
polêmico e, para o deputado, cria condições para barganhas daqueles que
esperam cargos e favores em troca de apoio na eleição. “Todo mundo sabe
que a reeleição hoje que faz mal ao país, faz mal à democracia, porque
quando a pessoa se elege, já começa a pensar na sua reeleição. [...] Ou
seja, não quer tomar medidas impopulares visando a reeleição. Você fica
eternamente negociando com os partidos políticos e mantém sempre aquela
história do fisiologismo. Se chama governo de coalizão, mas na verdade é
o governo da cooptação. Dar isso ou aquilo para esse ou aquele partido
com o objetivo de ter o seu apoio para a sua reeleição”, critica. Clique aqui e leia a entrevista na íntegra.
(Fonte: Bahia noticias)
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