MPF aciona prefeita de Nova Redenção por suposto desvio de R$ 120 mil do Fundeb
Foto reprodução/toda Bahia |
A prefeita de Nova Redenção, no sudoeste da Bahia, responde a mais duas
ações de improbidade movidas pelo Ministério Público Federal (MPF) em
Irecê. De acordo com o órgão, Anna Guadalupe Azevedo (PSD) é acusada de
desviar R$ 120 mil do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e de não
atender às requisições de informações do MPF sobre supostas
irregularidades em licitação envolvendo recursos federais. A ação,
proposta em 27 de julho, tem como base processo julgado pelo Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM) em 2015, que aprovou as contas da prefeita
referentes ao ano de 2014 com ressalvas. Na época, o TCM identificou
duas transferências que somam R$ 120.200,00, passadas da conta
específica do Fundeb para outra conta bancária da prefeitura. O recurso
deveria, segundo parecer do próprio Tribunal, ser ressarcido à conta do
Fundeb, o que não foi feito. A lei determina que no mínimo 60% dos
recursos anuais do Fundeb devem ser aplicados na remuneração dos
professores da educação básica em exercício na rede pública. Os outros
40% devem ser aplicados nas demais ações de manutenção e desenvolvimento
da educação básica pública. Com o desvio para outra conta, o MPF
entende que o recurso não foi destinado ao seu propósito. No curso das
investigações, a prefeita foi oficiada pelo órgão para apresentar
informações acerca da aplicação do montante desviado, mas não atendeu às
requisições do MPF. O procurador da República Márcio Castro, autor da
ação, requer medida liminar determinando a apresentação do extrato
bancário da conta da prefeitura que recebeu os R$ 120 mil, referente a
outubro de 2014, e o bloqueio de bens da prefeita nesse mesmo valor. No
fim do julgamento do processo, requer a condenação da gestora a punições
como o ressarcimento integral do dano e a suspensão dos direitos
políticos. A outra ação, movida pelo MPF em 5 de setembro, tem origem em
representação formulada por vereador de Nova Redenção, noticiando
supostas irregularidades na etapa de tomada de preços de um processo
licitatório realizado pela prefeitura em 2014 para aplicação de recursos
federais. Para apurar a situação, o órgão instaurou, em maio de 2015,
um inquérito civil público e, desde então, requisitou informações a Anna
Guadalupe por sete vezes, usando canais diferentes (ofício, telefone e
e-mail), mas não obteve resposta. Em julho de 2016, a prefeita já foi
acionada pelo MPF por não prestar informações requisitadas em outro
inquérito (veja aqui).
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