Lindbergh e Gleisi veem crime de responsabilidade em ação de Temer
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) classificou como “muito grave” a
denúncia do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, contra o presidente
da República, Michel Temer. A avaliação foi feita na abertura da
audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na noite
desta quinta-feira (24).
Segundo publicado pela imprensa, Calero informou, em depoimento à
Polícia Federal, que o presidente Temer o pressionou para encontrar uma
saída para um caso de interesse do ministro da Secretaria de Governo,
Geddel Vieira Lima. Calero pediu demissão na semana passada, acusando
Geddel de pressioná-lo para o que o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura,
liberasse um projeto imobiliário no qual o ministro adquiriu uma
unidade. O imóvel, que fica em Salvador, está com sua construção
embargada pelo Iphan.
Na visão de Gleisi Hoffmann, o episódio vai exigir uma postura de
muita firmeza por parte do Senado. Ela disse que a ex-presidente Dilma
Rousseff foi afastada “politicamente”, em uma manobra para caracterizar a
edição de decretos como crime de responsabilidade. Para a senadora, o
caso de Temer tem uma evidente base jurídica para um processo de
impeachment.
Segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Temer praticou tráfico de
influência e advocacia administrativa ao pressionar o então ministro
Calero. O senador também anunciou que vai ter uma reunião com sua equipe
jurídica para apresentar um pedido de impeachment. Ele ainda
acrescentou que vai pedir uma reunião com o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, para tratar do assunto.
- Temer usou o cargo de presidente da República para interesses
privados. Ele agiu como sócio de Geddel. É gravíssimo e caracteriza
crime de responsabilidade – afirmou o senador, que ainda defendeu a
realização de eleições diretas, em caso de queda de Temer.
(Fonte Agência Senado)
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