Calicute: Suspeita de lavagem de dinheiro, esposa de Cabral é conduzida coercitivamente
Adriana com Cabral e o anel recebido | Foto: Reprodução/ Blog do Garotinho |
Além do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso na manhã
desta quinta-feira (17) durante a Operação Calicute, a esposa do
peemedebista também foi alvo da Polícia Federal. Suspeita de lavagem de
dinheiro por meio do seu escritório de advocacia, ela foi conduzida
coercitivamente para prestar depoimentos. Também foram expedidos
mandados de prisão contra Hudson Braga, ex-secretário de obras e braço
direito do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e contra
o coordenador de campanha de Cabral e ex-secretário de Governo, Wilson
Carlos. Ao todo, são 38 mandados de busca e apreensão, oito de prisão
preventiva, dois de prisão temporária e 14 conduções coercitivas. A
Operação Calicute é um desmembramento da Lava Jato e tem foco em um
esquema de corrupção envolvendo grandes obras realizadas no estado. A
investigação se baseia em depoimentos de delação premiada de executivos
das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. Os delatores
afirmam que Cabral cobrava 5% de propina para garantir as obras. A
estimativa é de que tenham sido desviados R$ 220 milhões dos cofres
públicos. Entre as obras envolvidas, está o Arco Metropolitano, as obras
de urbanização de favelas, conhecido como “PAC Favelas”, e a reforma do
Maracanã, em 2009 – segundo Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo,
executivos da Andrade Gutierrez, Cabral cobrou propina para que a
empresa se associasse à Odebrecht e à Delta Engenharia, que à época
pertencia a Fernando Cavendish, amigo do ex-governador. Cavendish foi
preso julho deste ano durante a Operação Saqueador, acusado de
participar de uma organização que desviou R$ 370 milhões dos cofres
públicos. O Ministério Público Federal (MPF) afirma que a investigação
pretende "objetivo é o de aprofundar investigações sobre organização
criminosa chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral – dedicada à prática
de atos de corrupção e lavagem de dinheiro, composta por dirigentes de
empreiteiras e políticos do alto escalão do governo do Rio". A prisão de
Cavendish forneceu elementos à apuração. Em depoimento, Cavendish
contou que deu de presente à esposa de Cabral um anel de ouro branco e
brilhantes no valor de R$ 800 mil em julho de 2009, durante uma viagem a
Mônaco. O anel foi pago no cartão de crédito do empresário. De acordo
com Cavendish, ele foi levado à joalheria Van Cleef & Arpels por
Cabral e descobriu lá que pagaria pelo presente.
(Informações: Bahia noticias)
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